terça-feira, 24 de abril de 2018

Partido Novo, de Franco e Amoêdo, é um sonho a mais de renovação


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Gustavo Franco não aguentava mais o PSDB
Pedro do Coutto
Em uma entrevista a Alexia Salomão e Flávia Lima, edição de ontem da Folha de São Paulo, o economista Gustavo Franco, que integrou as equipes econômicas dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Banco Central, lança as bases de atuação do Partido Novo, que tem como candidato a Presidente da República o empresário João Amoêdo. Gustavo Franco deixou o PSDB em 2017, decepcionado com os rumos da legenda. Ele sustenta que nas urnas de outubro serão escolhidos tanto para o governo quanto para o Congresso aqueles que efetivamente representem o signo da renovação.
O Partido Novo propõe-se a fixar uma linha de coexistência entre capital e trabalho, dando ênfase ao empreendedorismo. Segundo o ex-presidente do BC, que a sigla já possui 20.000 eleitores inscritos.
VAMOS SONHAR – Experiência econômica, é certo, não falta a Gustavo Franco, cultura financeira também não. Entretanto, o surgimento do Partido Novo parte de um sonho, talvez uma utopia, mas os sonhos também têm seu lugar no universo político. Afinal de contas, um sonho a mais não faz mal. Sobretudo nesta época em que pesadelos habitam os redutos políticos mais tradicionais.
Numa coisa Gustavo Franco tem razão: a eleição será norteada por aqueles que conseguirem traduzir principalmente o desejo coletivo da anticorrupção. Talvez se encontre neste ponto o motivo ou um dos motivos que levaram Gustavo Franco a se desfiliar do PSDB. Relativamente à luta de classes, diz que a periferia de São Paulo não a identifica no quadro, por achar que estão todos no mesmo barco. Curioso é o fato de Gustavo Franco ter destacado essa visão na periferia de São Paulo, quando o problema é nacional. Mas vamos em frente.
CENTRO AVANÇADO – Para Gustavo Franco, além do combate a corrupção, aqueles que criam emprego deveria ser mais valorizados pela legislação brasileira Esta ideia incorpora-se aos fundamentos do Partido Novo, de conotação voltada para os profissionais liberais e para o impulso ao empreendedorismo.
O ex-presidente do Banco Central considera-se um integrante de uma faixa ideológica que pode ser classificada como de centro avançado. Isso porque a legenda não é de esquerda e Gustavo Franco acentua que o candidato da centro direita é Geraldo Alckmin.
João Amoedo, digo eu, quase não aparece na recente pesquisa do Datafolha. Mas isso parece não incomodar a visão futurista de Gustavo Franco que, ao que parece, pretende transformar o pleito deste ano numa alavanca de lançamento para futuros episódios.
TUDO EM ABERTO – Franco não tocou no problema dos recursos financeiros indispensáveis para sustentar uma legenda partidária e tampouco admitiu a hipótese de o Partido Novo vir apoiar alguém no segundo turno marcado para 28 de outubro. Isso porque, como o Datafolha revelou, o quadro sucessório ainda se encontra em aberto.
A pesquisa feita à base da apresentação de listas nominais é uma coisa. Entretanto, quando o pesquisador indaga, sem expor a lista de nomes, em quem os eleitores pretendem votar, o vazio dos indecisos eleva-se à casa de 46%. Mas o estímulo faz parte das campanhas eleitorais e serão lançados, como sempre, através dos horários políticos nas emissoras de televisão e rádio.
O Partido Novo, claro, significa uma ruptura com o estilo tradicional que marca a política. Mas ainda se encontra verde. Precisa amadurecer suas ideias nos próximos seis meses.
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