
Charge do Duke (dukechargista.com.br)
É isso mesmo: para tentar neutralizar o impacto das notícias falsas que são injetadas diariamente nas redes sociais da internet, o melhor caminho é a leitura com calma dos textos e analisá-los antes de acreditar nos seus conteúdos. É impossível estabelecer-se uma análise prévia das matérias num espaço imenso aberto a todos que possuam um computador ou então um smart. São milhões de mensagens lançados por fontes diversas. Como selecioná-las? O tema foi bem focalizado pelos repórteres Marco Grillo e Thiago Prado na edição deste domingo de O Globo. Título da matéria que ocupou uma página inteira: “A indústria da Mentira”.
Há uma verdadeira avalanche de matérias falsificadas na internet. Só a análise pelo menos desapaixonada poderá neutralizar as injeções informativas. Não existe outro meio.
PENAS DA LEI – Poder-se-á dizer que as falsificações encontram-se sujeitas às penas da lei. Mas acontece que as penas da lei, uma vez identificados os autores, só podem ser aplicadas, é claro, depois de fatos consumados. Não podem assim impedir os efeitos de comunicações falsas. A pena é uma consequência do crime praticado, porém o mais importante é bloquear os efeitos dos fatos decorrentes de falsificações.
O boato de ontem, com a internet, transformou-se na fake news de hoje. E as fake news não se cingem apenas a informações maldosas, mas também a interpretações que conduzem a equívocos às vezes de grandes dimensões.
INTERPRETAÇÃO – Por tudo isso é que coloco a necessidade de uma interpretação – por mínima que seja – das matérias que voam nas telas velozes da comunicação moderna. Trata-se de aplicar uma lógica interpretativa para que as pessoas não venham a cair no prazer de admirar e dar sequência a absurdos.
O caso do assassinato da vereadora Marielle Franco é um exemplo de maldade e de absurdo. Antigamente os boatos se restringiam às comunicações telefônicas. Porém hoje, em plena era espacial, ganham um impacto e um colorido mais intenso quando colocados simultaneamente nas redes da cibernética.
É verdade que muitas vezes pessoas confundem o que desejam que aconteça com o que está acontecendo na realidade. As fake news alimentam-se basicamente dessa contradição humana, muito comum na política, na economia.
A INVEJA – No fundo, há um elemento que gera a malícia e o sentido destrutivo dos que são atingidos pelo complexo de inferioridade – a inveja. Sob este prisma, as fake news habitam no universo da arte o que faz com que seus autores tentem sempre denegrir as imagens daqueles e daquelas que lhe despertam mais fortemente o rancor, a impotência, a insídia. Não só no Brasil, mas em todo o mundo.
Nos EUA, por exemplo, um fã silencioso da atriz Jodie Foster, frustrado por não ter ela aceito seus convites, tentou assassinar o presidente Ronald Reagan desfechando-lhe vários tiros de revólver. Reagan sobreviveu ao atentado que assinalou mais um caso de alucinação. As fake news, muitas vezes, têm origem em alucinações.
Pessoas buscam sair até do anonimato praticando crimes e desenvolvendo comportamentos estranhos e antissociais.
ISSO FAZ PARTE – São personagens que atravessam os séculos e, tenho a impressão, que infelizmente sejam eternos, cada um desempenhando comportamentos ajustados as suas respectivas épocas.
Diante desse quadro impressionante e impressionista, defendo o antídoto marcado no título. Ler com calma e selecionar os absurdos das hipóteses verossímeis.
As hipóteses absurdas devem ter um só destino: a lata de lixo.



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