domingo, 29 de abril de 2018

Desembargador ataca Moro e agrava a crise no Poder Judiciário


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Desembargador Ney Bello ataca o juiz Moro
G1 PR, Curitiba
O juiz Sérgio Moro pediu em despacho nesta sexta-feira (27) que a liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para suspender a extradição do empresário Raul Schmidt seja revogada.  Schmidt é acusado pela força-tarefa da Operação Lava Jato de intermediar pagamento de propina a ex-diretores da Petrobras. Atualmente, ele está em Portugal e há mandado de prisão contra ele expedido por Moro.
“Espera-se, com todo o respeito, a revogação imediata da liminar, por incompetência absoluta e usurpação da competência deste Juízo e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região”, afirmou o juiz, que é responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. Segundo o juiz, há um equipe pronta da Polícia Federal brasileira para trazer Schmidt de Portugal nos próximos dias.
O desembargador Ney Bello, presidente da 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) criticou neste sábado (28) a ordem do juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato no Paraná, para prosseguir com a extradição do empresário Raul Schmidt, que está em Portugal.
Neste sábado, Ney Bello disse que a disputa de competência sobre algum processo deve ser decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e considerou que a determinação de Moro de seguir com a extradição “atenta contra o próprio Poder Judiciário”.
O QUE MORO DISSE – “O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, apesar de todo o respeito que lhe cabe, não tem jurisdição sobre o assunto”, afirmou Moro.
Ao pedir a revogação da liminar, o juiz Sérgio Moro afirmou que cogita a possibilidade de que os advogados de Raul Schmidti Fellipe Júnior tenham ocultado fatos relevantes ao Relator do habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
No despacho, Moro determina que o relator seja comunicado sobre a invasão de competência com urgência. “Assim, deve o Ministério da Justiça, especificamente o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, prosseguir no cumprimento do pedido de extradição encaminhado por esta autoridade judiciária, uma vez que o procedimento está submetido à autoridade deste Juízo e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região”, acrescentou o juiz.
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