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Mariana Benedito –
Psicanalista em formação; MBA Executivo em Negócios; Pós-Graduada em
Administração Mercadológica; Consultora de Projetos da AM3–Consultoria e
Assessoria. E-mail: mari.benedito@outlook.com
As Redes Sociais são – hoje – as
maiores ferramentas de propagação e ostentação de felicidade. É um
movimento de massa mostrar-se sempre bem, mostrar as conquistas, a
diversão, a superação. Com isso, as derrotas, frustrações, decepções,
dores ficam na coxia; raramente sobem aos palcos. Esse padrão de
comportamento desperta não somente a cobrança excessiva pelo se mostrar
bem – quando muitas vezes esse não é o sentimento verdadeiro – como
também a falsa ideia de que errar é o pior de todos os males.
Cometer erros é básico em qualquer
processo. Só é possível acertar cometendo falhas. Tentativa e erro.
Aprendizado, tentativa, acerto. Toda e qualquer pessoa comete erros, não
é algo que denigre, diminui, inferioriza; muito pelo contrário.
Revelar-se verdadeiramente é o maior sinal de força; mostrar-se faltoso,
errante, com dias não tão bons, com derrotas, com decepções, com
tristeza é sinônimo de humanidade. A grande questão é que ninguém posta
os erros. Ninguém posta suas dores. Daí vem a sensação de que o gramado
do outro é sempre mais verde, pelo simples fato de só vermos do outro as
conquistas, e acaba-se comparando uma visão parcial de um todo de outra
pessoa com o todo nosso. Esse, sim, repleto de erros e acertos. Até
mesmo o “erro e acerto” são bastante relevantes. O que é sinônimo de
sucesso, felicidade pra um, não é necessariamente o mesmo para outro.
Mas, possui-se, já enraizada na psique, a ilusão de que o outro é sempre
mais bem sucedido, mais sortudo, mais capaz justamente porque não vemos
suas tentativas, processos, caminhada. Vemos somente os resultados
finais. E que, muitas vezes, não condizem com a realidade emocional,
psicológica daquele sujeito. Porque voltamos ao círculo vicioso: é
importante mostra-se bem, perfeito, feliz.
Entretanto, no meio de toda essa
cobrança por padrões de beleza, de comportamento, de opinião, de
sociabilidade difundidos nas Redes Sociais, um novo movimento vem
surgindo. Movimento pelo real. Mulheres mostrando-se reais, com seus
corpos reais, em situações reais. Pessoas mostrando suas fraquezas,
dores, angústias reais. Homens falando abertamente a cobrança que lhes é
feita pela postura do macho alfa. Inúmeras pessoas falando sobre
distúrbios alimentares, crises de ansiedade, depressão. Reais. Vividos.
Sentidos. Muitos indivíduos mostrando suas inseguranças, suas dúvidas,
seus erros, seus processos de autoconhecimento, de aprendizado. Seus
encontros com suas sombras, seus defeitos.
A única necessidade é de ser real. Ser real é existencial, disse o mestre espiritual indiano Osho. E nós somos todos reais.
Mostremo-nos, pois!
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