sexta-feira, 30 de março de 2018

Candidatura de Joaquim Barbosa vai modificar totalmente o quadro sucessório


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Charge do Alpino (Yahoo Brasil)
Carlos Newton
Dizem que em 2014 Joaquim Barbosa teria “amarelado”, não quis ser candidato à Presidência da República no auge da fama, ao acabar de sair da presidência do Supremo Tribunal Federal. Quatro anos depois, surge novamente a oportunidade, e o presidente do PSB, Carlos Siqueira, anuncia que Barbosa decidiu assinar a filiação ao partido antes do dia 7, que é o prazo fatal, mesmo que ainda haja resistências à candidatura dele dentro do partido. É uma notícia extraordinária, pois revela a tendência de que Barbosa quer mesmo ser candidato.
De início, ele exigiu que seu nome fosse consenso no PSB. Os dirigentes tentaram ao máximo, mas a ala liderada pelo vice-governador paulista Márcio França decidiu boicotar, porque ele vai assumir o lugar de Alckmin semana que vem e já é candidato à reeleição, para continuar no governo paulista. e queria ter apoio dos tucanos.
SONHO DESFEITO – Márcio França sonhava em fazer coligação com o PSDB e ter apoio de Alckmin para se reeleger governador, mas o plano fracassou, porque o prefeito João Doria decidiu ser candidato, venceu as prévias do partido e não há mais possibilidade de acordo do PSB com os tucanos.
Isso significa que Márcio França, embora se torne governador do mais importante Estado do país, vai ser obrigado a refluir desta tese de boicote à candidatura de Joaquim Barbosa. Pelo contrário, terá de apoiar e fazer campanha para ele, caso contrário não terá a menor chance contra Doria, que é um candidato fortíssimo.
Portanto, o sonho desfeito de França garante a candidatura de Joaquim Barbosa, que precisará fazer coligações ter um vice que fortaleça sua chapa.
Apoio do PPS – Uma das possibilidades é Barbosa conseguir apoio do PPS, que não se anima com a autocandidatura do senador Cristovam Buarque, tentou lançar Luciano Huck e agora está sem opção. O PMN, que dispensou a pré-candidata Valéria Monteiro, também pode aderir. E assim Barbosa teria espaço suficiente na TV para se destacar.
Além disso, como Lula não estará na disputa, Barbosa certamente vai disputar parte do espólio do ex-presidente, tirando votos que iriam para Ciro Gomes (PDT), Manuela D’Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e Marina Silva (Rede).
O mais animador é que o Brasil estaria na possibilidade de ter seu primeiro presidente negro, porque Nilo Peçanha, citado como negro, na verdade era mulato. Além do mais, a biografia de Joaquim Barbosa é de um vencedor, que vem de origem extremamente humilde, no interior de Minas Gerais, e se transforma num jurista de grande valor, com um currículo de peso, a fazer inveja à grande maioria dos ministros dos tribunais superiores brasileiros. 

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