Postado em 28/02/2018 8:28 DIGA BAHIA1
Um dos intermediários do recebimento de propinas para o ex-governador
Jaques Wagner, de acordo com a Polícia Federal, o empresário Carlos
Daltro, ex-executivo da OAS, viabilizou demandas do empreiteiro Ricardo
Pessoa, da UTC Engenharia, junto ao governo da Bahia. Segundo
informações do jornal Folha de S. Paulo, os documentos do inquérito que
teve Pessoa como alvo registram troca de e-mails entre ele e Daltro em
2014. O empreiteiro pede ao empresário que o ajude na aprovação de um
pedido de outorga de água do Rio Paraguaçu para irrigação junto a um
órgão ligado à Secretaria de Meio Ambiente. A medida beneficiaria um
amigo de Pessoa, o empresário João Augusto Calasans – a PF apurou que
este solicitou que a entrega de uma carta com o pedido de outorga
diretamente ao secretário chefe da Casa Civil da época, o atual
governador, Rui Costa. “O bom é que estamos em período eleitoral, assim
fica mais fácil colocá-lo na parede”, disse Calasans, em menção à
disputa eleitoral que acabou sendo vencida por Rui naquele ano. Pessoa,
porém, não procurou Rui ou Wagner, mas entregou o pedido a Carlos
Daltro. “Peço-lhe que ajude nosso amigo Calasans neste pedido recorrente
a algum tempo”. A resposta foi encaminhada uma semana depois: “Ricardo,
entreguei a ‘ELE’ e na mesma hora, no paper do agricultor, fez um
bilhete para o sec. da área [secretário de Meio Ambiente]. Mande Rezar”.
A solicitação de outorga só foi concedida, no entanto, em outubro de
2015, já na gestão de Rui. A autorização concedeu o direito de uso de
águas do rio Paraguaçu para irrigação na fazenda de Calasans em
Itaberaba (264 km de Salvador) por quatro anos. A outorga previa vazão
de 3.183 metros cúbicos de água/dia para irrigação de uma área de cerca
de 50 hectares.
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