Não adianta só dinheiro
para trazer resultados. São necessários planejamento e ações integradas.
Vergonhoso: alguns desses países são nossos vizinhos. Matéria publicada
pela Gazeta do Povo:
Alcançar níveis de
qualidade educacional é uma tarefa árdua que requer tempo, planejamento e
ações integradas. Boas colocações em rankings educacionais, claro, não
vem de graça, exigindo investimentos gradativos. Um bom exemplo é a Coreia do Sul,
que precisou se reconstruir após um período de guerra entre 1950 e
1953, e dedicou 10% de seu PIB (Produto Interno Bruno) à educação por
uma década.
Mas também é fato que
apenas dinheiro não traz resultados; abaixo listamos cinco países com
poderio financeiro menor que o Brasil, mas que conseguiram índices
educacionais próximos ou superiores aos brasileiros.
Para o levantamento, utilizamos como parâmetro de desenvolvimento econômico o PIB com base na paridade do poder de compra, de acordo com lista da Global Finance (o Brasil ocupa a 84ª posição). Já o parâmetro para educação é o índice de alfabetização da UNESCO de 2015 (o Brasil atingiu 91,8%). Confira:
Filipinas
Índice econômico: 121ª posição
Índice educacional: 96,3%
A educação básica é
pública e se divide em dois ciclos: ensino primário, obrigatório, dos 6
aos 12 anos de idade; e ensino secundário, facultativo, dos 13 aos 17
anos. Além disso, o ensino superior segue o padrão de bacharelados com 4
anos de duração.
Na educação básica
são ensinados três idiomas: inglês, filipino e o dialeto local da região
em que a escola está localizada. Outro diferencial é o ensino, desde os
primeiros anos, de Makabayan, uma área de aprendizado holístico que
integra diversas habilidades e áreas de conhecimento, como economia,
política, ética, cultura, estética e ensino vocacional.
Equador
Índice econômico: 106ª posição
Índice educacional: 94,5%
A educação básica tem
10 anos de duração – 1 ano de pré-escola, 6 anos de escola primária e 3
anos de escola secundária. O ensino primário é obrigatório e gratuito
para crianças de 6 a 12 anos. O ensino secundário é dividido em dois
ciclos de três anos cada: o ciclo básico é gratuito e obrigatório; e o
ciclo diferenciado é facultativo, tem mensalidades e é voltado para
habilidades específicas como computação, matemática, ciências e estudos
sociais. Além da educação básica, os estudantes tem acesso a educação
pós-secundária, que é vocacional e busca formar mão de obra
qualificada.
Colômbia
Índice econômico: 91ª posição
Índice educacional: 94,7%
A partir de um ano de
idade, as crianças tem acesso a creches e pré-escolas públicas. Aos 6,
ingressam no ensino fundamental, que tem 6 anos de duração, seguido do
ensino secundário básico, com 3 anos de duração. No ensino secundário,
os estudantes tem 4 anos de educação pública obrigatória e 2 anos de
educação vocacional facultativa, que oferece especializações voltadas
para áreas técnica, agrícola, artística ou de negócios. Ao final das
etapas obrigatórias da educação básica, todos os alunos devem passar por
uma prova nacional para ter direito ao diploma. Para ter acesso ao
superior eles precisam completar o ensino secundário vocacional.
Dos países citados
neste levantamento, a Colômbia é o único que participa do PISA (Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes) – e também no ranking
organizado pela OECD tem resultados melhores que o Brasil. Em “leitura”,
425 contra 407 pontos; “matemática”, 390 contra 377, e também em
“ciências”, área em que a Colômbia cresceu 28 pontos desde 2006, segunda
maior evolução no período: 416 a 410.
Bósnia e Herzegovina
Índice econômico: 107ª posição
Índice educacional: 98,5%
A educação básica é
gratuita e obrigatória dos 7 aos 15 anos de idade. Essa fase é
priorizada pelo governo por ser considerada essencial para a educação
cívica das diferentes etnias que vivem no país – depois da guerra, o
foco da educação se voltou para a formação multiétnica, com a
implementação de programas educacionais que promovem a reintegração das
diferentes etnias e culturas do país.
O idioma ensinado em
cada escola varia de acordo com a composição étnica da região, podendo
ser a língua croata, sérvia ou bósnia. Tanto o alfabeto latino quanto o
alfabeto cirílico são ensinados.
Bolívia
Índice econômico: 122ª posição
Índice educacional: 95,7%
A fase gratuita e
obrigatória é o ensino primário, que tem 7 anos de duração, para
crianças de 6 a 13 anos de idade. O ensino secundário, dos 14 aos 17
anos, é facultativo e divide-se em dois anos de ensino tradicional e
dois anos de ensino vocacional, ao final do qual é necessário um exame
para obtenção do diploma técnico.
Desde 2006, o governo
boliviano começou a instituir uma “reforma educacional
descolonizadora”, que busca valorizar questões indígenas e identidades
culturais do povo boliviano.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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