domingo, 25 de fevereiro de 2018

Brasil jamais fechará as portas aos refugiados venezuelanos, diz Aloysio Nunes


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Ministro tenta solucionar a questão dos imigrantes
André de Souza
O Globo
Em evento para discutir a contribuição da América Latina na questão dos refugiados, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, repetiu as palavras do presidente Michel Temer e disse que o Brasil não vai fechar suas portas aos venezuelanos que fogem da crise em seu país. A maioria está em Roraima, que faz fronteira com a Venezuela. Mas a grande presença dos imigrantes está sobrecarregando os serviços públicos locais.
PORTAS ABERTAS – Segundo Aloysio, autoridades estaduais e federais, além de organismos internacionais e entidades da sociedade civil, estão procurando dar uma resposta ao grande fluxo de venezuelanos em Roraima. “O presidente Temer, cumprindo a legislação brasileira, vem mobilizando o governo, em especial o Ministério da Justiça, para regularizar a situação dos venezuelanos com a maior urgência. E reiterou que o Brasil jamais fechará suas portas para os venezuelanos que buscam o país”, disse Aloysio.
Na segunda-feira da última semana, em visita a Roraima, Temer disse: “Ninguém vai impedir os refugiados para cá, porque ainda me recordo que no discurso que fiz na ONU (Organização das Nações Unidas), em 2016, uma das questões básicas era a questão dos refugiados, e eu disse que o Brasil jamais se recusaria a receber refugiados”, afirmou.
EXPERIÊNCIA NA DITADURA – No evento realizado no Itamaraty, Aloysio destacou a tradição do Brasil de receber gente de fora e sua própria experiência durante a ditadura militar. “Eu mesmo vivi muitos anos na condição de refugiado, na França, por causa da ditadura. Eu sei o que é viver no exílio. Eu sei que é uma ferida que não se fecha. Mas também sei como é importante ser recebido com fraternidade, ter condições de se integrar ao país no exílio. E como é importante ter um quadro jurídico claríssimo sobre direitos e deveres do refugiado”, disse.
O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi, destacou na sua fala o drama de quem é forçado a deixar suas casas e países. Ele também sugeriu a institucionalização da inclusão de refugiados nos programas sociais. “Todos os dias, milhares de homens, mulheres e crianças têm que fazer a mais difícil das escolhas na vida: viver além de tudo que lhes é próximo e fugir em busca de segurança. Eles são forçados a sair de casa e de seus países em razão da pobreza, da violência e da perseguição. Muitos estão em perigosas jornadas, nas mãos de contrabandistas e traficantes. O exílio pode se estender por anos. E ao redor do mundo, os países vizinhos das zonas de crises estão lutando para absorver os choques social, econômico e político”, afirmou Grandi.
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