Em
entrevista à Gazeta do Povo, o advogado paranaense René Dotti criticou a
atuação da defesa de Lula, que compara à ação do ministro da Propagada
de Hitler:
O
advogado da Petrobras René Ariel Dotti, assistente de acusação no
julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não caiu ali por
acaso. Para o criminalista curitibano, professor da Universidade Federal
do Paraná (UFPR) e um dos mais renomados juristas do Brasil, o petróleo
é coisa seríssima. Aos 83 anos, o homem que ajudou a redigir o Código
Penal brasileiro coloca o mais recente episódio, a defesa da Petrobras,
como o ponto alto de sua destacável trajetória. Uma satisfação pessoal.
“Eu
pretendia fazer um discurso mais forte contra o PT, dizendo que o
partido organizou um golpe de estado sem violência, pela corrupção, para
se manter no governo. Mas a empresa entendeu que isso criaria uma
frente para polêmica”, explicou. Para ele, o resultado do julgamento –
três votos favoráveis pela condenação de Lula – traz um impacto muito
grande e que vai exigir ainda mais esforço da defesa de Lula. “A técnica
adotada pela defesa é conhecida pelos criminalistas. Ela vem inclusive
de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler. Diz que uma
mentira afirmada mil vezes vale mais do que uma verdade. Então daí vem o
fato de o advogado insistir, insistir, insistir de que não havia
prova”, afirma.
O caminho
da defesa será árduo, na avaliação do penalista. Ainda que seja
possível entrar com recursos, Dotti avalia que a medida só serviria para
ganhar tempo. O jurista conversou por telefone com a Gazeta do Povo um
dia depois do julgamento de Lula.
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