Os operadores de turismo questionam o valor da cobrança e alegam que a
Secretaria de Turismo não justifica o motivo da existência da taxa
Foto: Divulgação
Mar azul repleto de recifes,
areias claras e piscinas naturais. Esses são apenas alguns dos atrativos
que fazem do município de Conde, no Litoral Norte, a 178 Km de
Salvador, um lugar que atrai turistas de todo o mundo. Mas desde o
início deste mês um decreto municipal tem gerado polêmica com os
visitantes e os operadores de turismo. É que o município instituiu uma
taxa de R$500 para os ônibus de excursão que chegam à cidade para
visitar as belas praias da Barra do Itariri, Sítio do Conde e Siribinha.
Os ônibus costumam
ir para o Conde nos fins de semana, principalmente aos domingos, com
pessoas que pagam pelo passeio no esquema de bate e volta. Os operadores
de turismo questionam o valor da cobrança e alegam que a Secretaria de
Turismo não justifica o motivo da existência da taxa.
Justificativa
Em entrevista à
TB, o prefeito da cidade, Antônio Eduardo Lins (PMDB), mais conhecido
como Dudu Vieira, disse que a cobrança é balizada por um decreto
municipal, semelhante aos que existem nas localidades vizinhas de Praia
do Forte e Imbassaí. Ele ressaltou Ainda que não está subtraindo o
direito do ir e vir das pessoas.
Dentre os motivos
para instituição da taxa, Vieira citou a preservação do meio ambiente, a
falta de estacionamento para os ônibus, engarrafamento no momento de
desembarque, além da erosão da estrada que dá acesso à Siribinha. Por
conta do avanço do mar, o caminho estaria cedendo, situação que tem se
agravado com o fluxo contínuo dos ônibus turísticos e outros veículos
pesados.
“A iniciativa foi
tomada justamente como uma forma de ordenar e preservar. Tem
determinadas praias nossas que não têm a capacidade de receber grande
número de ônibus. Barra do Itariri, por exemplo, tem vezes que estava
recebendo 30, 40, 50 ônibus. Estava impossível se estacionar um carro.
Um desconforto muito grande para quem estava visitando. Então tomamos
essa medida como uma forma de controle”, explicou o prefeito.
Taxa
Segundo o gestor, o
valor original da taxa é de R$1,5 mil, mas a prefeitura está concedendo
um desconto de quase 70%, que baixa a tarifa para R$500. Os valores são
pagos a funcionários da prefeitura quando chegam à cidade, como uma
espécie de pedágio.
Mas o pagamento
também pode ser realizado antecipadamente, já que todos os ônibus de
excursão precisam fazer um cadastro prévio no site do município antes de
realizar o passeio para o local. Mas muitos organizadores de excursão
não seguem esse procedimento.
De acordo com prefeito, o valor cobrado se refere a
um ônibus com capacidade para 55 pessoas. Veículos menores pagam mais
barato.
A prefeitura
informou ainda que a cobrança só se aplica nos dias em que o município
prevê grande fluxo de ônibus de passeios, como feriados e domingo.
Dudu Vieira afirmou que até o momento só houve
cobrança da taxa nos dias de domingo. Contudo, nada impede que a
cobrança seja aplicada em um sábado ou ao longo da semana, desde que
haja um grande número de excursões na cidade. Ônibus que estejam a
caminho de pousadas e hotéis estão isentos da cobrança.
Estacionamento
Para resolver o
impasse, o município pretende criar estacionamentos para abrigar cerca
de 70 ônibus de turismo. O primeiro será montado em Sítio do Conde,
região mais estruturada da cidade, e deve ser inaugurado no Carnaval.
Neste mesmo local, a administração municipal diz que vai credenciar vans
para fazer o traslado para praias que não têm estrutura física de
receber os ônibus.
Assim, os veículos
de turismo vão para a praia de Sítio do Conde deixar os turistas e
retornam para o estacionamento. Já os que têm como destino a Barra do
Siribinha deixarão os visitantes no estacionamento, onde será necessário
usar uma van para fazer a integração até a praia.
Mas o transporte
oferecido pela prefeitura não será gratuito. Conforme Dudu Vieira, o
turista vai precisar pagar a passagem da van. O valor ainda não foi
definido. Outro estacionamento deve ser construído na localidade de
Riacho Seco. “Temos que desapropriar uma área para que seja feito, mas a
gente tem a intenção que seja ainda este ano”, revelou o chefe do
executivo municipal.
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