A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a recomendar nesta
quarta-feira (29) que a vacina da dengue, vendida na rede privada na
maior parte do Brasil, não seja tomada por quem nunca teve a doença. A
partir de agora, a imunização é considerada segura apenas para aqueles
que já foram infectados pelo vírus.
A "Dengvaxia",
fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, passou por testes de
segurança. De acordo com informações preliminares, que precisam de uma
análise mais completa dos estudos, alguns indivíduos apresentaram formas
mais graves da doença após a aplicação – isso ocorreu em pessoas que
não haviam tido um contato prévio com o vírus.
Por enquanto, a bula será atualizada. A Anvisa disse que irá analisar os resultados completos para se posicionar novamente.
Todas as
diretrizes para vacina de dengue, recomendadas pela Organização Mundial
da Saúde (OMS), dizem que é necessário um acompanhamento dos pacientes
dos testes iniciais por mais quatro anos. De acordo com a Sanofi, isso
foi feito.
"A gente
observou alguns casos de febre, fizemos o exame da prova do laço. Houve
um aumento das células vermelhas no sangue, queda das plaquetas e
manchas roxas no corpo e nas gengivas", disse a diretora da Sanofi,
Sheila Honsani.
Com isso, uma
pesquisa foi feita pela farmacêutica para observar se as pessoas com
reações já tinham sido infectadas pelo vírus da dengue.
"Vimos que quem
nunca tinha tido a dengue apresentou um maior risco, um risco pequeno,
de 0,5%, mas houve um aumento dos efeitos colaterais", explicou Honsani.
"Decidimos
entregar pra Anvisa e para outras agências reguladoras do mundo uma
recomendação de que entendemos que para o soro negativo (pessoa que não
foi infectada ainda) não existe um benefício em ser vacinado",
completou.
Em números
absolutos, a farmacêutica informa que para os próximos 5 anos o risco
estimado para pessoas nunca infectadas é de 5 casos de hospitalização
por 1 mil pacientes vacinados.
A Anvisa passou
a recomendar, portanto, que pessoas que não tenham apresentado a doença
não se vacinem. O órgão esclarece que o risco não havia sido
identificado nos estudos apresentados para o registro.
VERDINHO DE ITABUNA
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