quinta-feira, 2 de novembro de 2017

A DEMOCRACIA DOS BURROS




Inicialmente peço perdão aos  burros “animais” - que não são tão “burros” como a maioria dos  burros “humanos” - especialmente de brasileiros portadores de título eleitoral - por usá-los indevida e injustamente  para melhor compreensão desse texto.
Como sabido,em zoologia, ou biologia animal, o “burro” significa o animal macho produto  do cruzamento do jumento  com  a égua, resultando na  “mula” ,  quando fêmea. Assim os burros animais possuem uma identificação certa,ao passo que o mesmo não acontece em relação aos  seus “congêneres” humanos, porquanto a “burrice” fica escondida lá no interior do cérebro.Mas  tem  sido  justo o uso  extensivo e  pejorativo da palavra   “ burro” pelo  fato desse animal  ter sido durante milênios um animal usado  para fazer força e carregar peso na marcha da civilização ?  De ter sido o “burro-de-carga” do homem?
A minha tese é que o emprego dos outros significados da palavra “burro”,para representar o “burro humano”,ou seja, a pessoa com precária inteligência, também conhecido por bronco,anta,toupeira,cavalgadura,tolo,teimoso,analfabeto,ignorante,estúpido,idiota,imbecil,inepto,palerma ou tapado, se trata  simplesmente de  uma TRANSFERÊNCIA injusta e sem qualquer fundamento   da consciênciada “burrice humana” para os“burros” animais.
A grande diferença entre eles está em que o burro animal  “sabe” que é burro, tem  “consciênc ia” que é burro,se comporta como  burro, conforme comando da  sua própria  natureza. Enquanto isso ,o burro humano procede  contrariando a sua natureza, que não se identifica com a “burrice” . Porventura o homem não é considerado o único   “animal racional”?  O único  “inteligente”?  O “ser superior”, em relação aos demais animais?   Então tudo leva a crer  que o burro animal tem o direito de ser “burro”, enquanto o burro humano não tem esse direito.  E se assim proceder estará contrariando a sua natureza. A natureza do homem não é ser burro. É ser inteligente. Mas nem sempre assim procede.
Isso quer dizer  que no sentido de sinônimo pejorativo da expressão o único burro de verdade passa a ser o ser humano, desde o momento em que  ele não procede de acordo com as  regras ditadas pela razão, pela inteligência, pela verdade e pelo bom senso.  Não é justo equiparar a falta de inteligência humana ao burro verdadeiro,o animal.
Onde a “burrice” humana mais aparece  e assume contornos inimagináveis e gigantescos  é na prática da chamada (equivocadamente) democracia. E as pesquisas eleitorais antecipam essa verdade. Prova está nas últimas pesquisas  que apontam Lula na liderança da disputa presidencial, apesar das graves e inúmeras denúncias  de malfeitos criminosos que pesam sobre   o delinquente de Garanhuns
A maior prova dessa afirmação está  nas  próprias escolhas “democráticas”  para os cargos eletivos ,tanto do Poder Executivo ,quanto do Poder Legislativo . Os eleitos é que fixarão as regras que comandarão o país ,mantendo  sob “cabresto” o próprio Poder Judiciário, na livre  escolha das cúpulas dos  Tribunais Superiores.  E tudo acontece contra os verdadeiros e mais legítimos interesses do povo. Esse fenômeno mostrou a ”cara” mais que nunca na atuaçãoem conluio  criminoso dos Três Poderes (Executivo ,Legislativo e Judiciário) , desde que o PT tomou as rédeas do poder em 2002, com a eleição  de Lula.
Os filósofos e demais pensadores de todos os tempos sempre procuraram classificar os possíveis regimes e formas de governo. No Séc. IV a.C,por exemplo,Aristóteles sugere que as formas de governo se classificariam em duas vertentes principais: as formas PURAS e as   IMPURAS. Nas primeiras (nas PURAS) se enquadrariam a MONARQUIA (governo de um só),a ARISTOCRACIA (governo dos melhores), e a DEMOCRACIA (governo do povo). Nas segundas (nas IMPURAS) estariam as espécies degeneradas,corrompidas , das primeiras,a saber,respectivamente : a TIRANIA,que seria a monarquia degenerada, a OLIGARQUIA,como  deturpação da aristocracia,e a DEMAGOGIA,representando a  corrupção da democracia.
Mais tarde,já no Séc. II a.C,o historiador e geógrafo POLIBIO, também da Antiga Grécia,propôs a substituição da “demagogia” aristotélica pelo que ele chamou de OCLOCRACIA,que seria a verdadeira e mais completa  corrupção da democracia. Assim , dentro da OCLOCRACIA ,também estaria incluída a “demagogia” ,ou seja, o resultado daquela pregação puramente eleitoreira do candidato, enganando o eleitor. Mas a proposição de Políbio iria bem mais longe e seria mais completa que a de  Aristóteles no aponte dos diversos vícios que poderiam  afetar a democracia. Nos estudos ulteriores  que  desenvolveu em Roma,Políbio sugeriu que a melhor forma de governo estaria numa  combinação da monarquia,com aristocracia e  democracia,ou seja, entre as três  formas puras de governo ,conforme Aristóteles.
Na verdade não teria fim a identificação dos diversos  vícios que podem afetar a  democracia autêntica, configurando,portanto ,a OCLOCRACIA.  Essa palavra (oclocracia) em síntese  representa  a corrupção,a desordem,a degeneração,a deturpação,a negação,enfim, da própria democracia,praticada por uma massa humana politicamente inabilitada ,despreparada,ignorante,despolitizada, ingênua, carente de conhecimentos suficientes para essa prática, muitas  vezes até egoísta (buscando só o próprio benefício  em detrimento do bem coletivo),frequentemente   fazendo das eleições um ato comercial, trocando  o voto por alguma promessa ou  vantagem  pessoal qualquer, em proveito da pior escória da sociedade levada a fazer política e dela fazer uma profissão espúria no intento único de  só tirar proveito, muitos dos quais ilícitos , ficando de costas para os   verdadeiros interesses do povo.
Disso tudo resulta que entregar um título de eleitor para gente despreparada  a tal ponto é tão ou mais perigoso que entregar uma arma de fogo a uma criança sem consciência das consequências trágicas que esse porte indevido poderá ocasionar. Mas aí dá para compreender perfeitamente e à exaustão  os porquês do quase endeusamento do modelo “democrático”, pela  famigerada  classe política .Falar mal dessa “democracia” é pior que ofender a mãe desses pilantras metidos na política. Eles até teriam certa razão se aquela “coisa” que eles chamam de “democracia” fosse de fato a verdadeira democracia. Porém não é. Pelas razões antes esmiuçadas,o que eles praticam é pura oclocracia, que se resume na “democracia” da patifaria política. Em termos políticos,sem dúvida, a palavra democracia é a mais valorizada de todas. Está no topo de todas as constituições e leis. Tudo uma farsa,porém.
Concluindo,sou levado a crer   que Aristóteles e Políbio não esgotaram a relação das  formas deturpadas da democracia. Parece-me que o modelo da BURRICE ,ao menos no caso brasileiro,seria mais apropriado e bem mais abrangente, incluindo todos os  vícios da demagogia e daoclocracia.
Não alimento qualquer expectativa que esse modesto  estudo  possa alterar  a tendência do  quadro eleitoral que se avizinha. Portanto, “vai dar em nada”. Os que lerem e concordarem dispensariam a leitura. Já  sabem tudo. Mas eles estão entre os 5%,ou 10%  de eleitores bem informadas e politizados. Não decidem nada. Seria preciso atingir os demais eleitores  ,os 95 % ou 90%,que só tomam conhecimento e acreditam nas  causas  divulgadas e abraçadas  pelas  “globos-da-vida”, que sempre agiram  criminosamente contra os legítimos interesses do povo.
Sérgio Alves de Oliveira/Advogado e Sociólogo

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