Inicialmente peço perdão aos
burros “animais” - que não são tão “burros” como a maioria dos burros “humanos” - especialmente de
brasileiros portadores de título eleitoral - por usá-los indevida e
injustamente para melhor compreensão
desse texto.
Como sabido,em zoologia, ou biologia animal, o “burro”
significa o animal macho produto do
cruzamento do jumento com a égua, resultando na “mula” ,
quando fêmea. Assim os burros animais possuem uma identificação certa,ao
passo que o mesmo não acontece em relação aos seus “congêneres” humanos, porquanto a “burrice”
fica escondida lá no interior do cérebro.Mas tem sido
justo o uso extensivo e pejorativo da palavra “ burro” pelo fato desse animal ter sido durante milênios um animal usado para fazer força e carregar peso na marcha da
civilização ? De ter sido o
“burro-de-carga” do homem?
A minha tese é que o emprego dos outros significados da
palavra “burro”,para representar o “burro humano”,ou seja, a pessoa com
precária inteligência, também conhecido por bronco,anta,toupeira,cavalgadura,tolo,teimoso,analfabeto,ignorante,estúpido,idiota,imbecil,inepto,palerma
ou tapado, se trata simplesmente de uma TRANSFERÊNCIA injusta e sem qualquer
fundamento da consciênciada “burrice
humana” para os“burros” animais.
A grande diferença entre eles está em que o burro animal “sabe” que é burro, tem “consciênc ia” que é burro,se comporta como burro, conforme comando da sua própria natureza. Enquanto isso ,o burro humano
procede contrariando a sua natureza, que
não se identifica com a “burrice” . Porventura o homem não é considerado o
único “animal racional”? O único “inteligente”?
O “ser superior”, em relação aos demais animais? Então tudo leva a crer que o burro animal tem o direito de ser
“burro”, enquanto o burro humano não tem esse direito. E se assim proceder estará contrariando a sua
natureza. A natureza do homem não é ser burro. É ser inteligente. Mas nem
sempre assim procede.
Isso quer dizer que
no sentido de sinônimo pejorativo da expressão o único burro de verdade passa a
ser o ser humano, desde o momento em que ele não procede de acordo com as regras ditadas pela razão, pela inteligência,
pela verdade e pelo bom senso. Não é
justo equiparar a falta de inteligência humana ao burro verdadeiro,o animal.
Onde a “burrice” humana mais aparece e assume contornos inimagináveis e gigantescos
é na prática da chamada (equivocadamente)
democracia. E as pesquisas eleitorais antecipam essa verdade. Prova está nas
últimas pesquisas que apontam Lula na
liderança da disputa presidencial, apesar das graves e inúmeras denúncias de malfeitos criminosos que pesam sobre o delinquente de Garanhuns
A maior prova dessa afirmação está nas
próprias escolhas “democráticas”
para os cargos eletivos ,tanto do Poder Executivo ,quanto do Poder
Legislativo . Os eleitos é que fixarão as regras que comandarão o país
,mantendo sob “cabresto” o próprio Poder
Judiciário, na livre escolha das cúpulas
dos Tribunais Superiores. E tudo acontece contra os verdadeiros e mais
legítimos interesses do povo. Esse fenômeno mostrou a ”cara” mais que nunca na
atuaçãoem conluio criminoso dos Três
Poderes (Executivo ,Legislativo e Judiciário) , desde que o PT tomou as rédeas
do poder em 2002, com a eleição de Lula.
Os filósofos e demais pensadores de todos os tempos sempre
procuraram classificar os possíveis regimes e formas de governo. No Séc. IV
a.C,por exemplo,Aristóteles sugere que as formas de governo se classificariam
em duas vertentes principais: as formas PURAS e as IMPURAS. Nas primeiras (nas PURAS) se
enquadrariam a MONARQUIA (governo de um só),a ARISTOCRACIA (governo dos
melhores), e a DEMOCRACIA (governo do povo). Nas segundas (nas IMPURAS)
estariam as espécies degeneradas,corrompidas , das primeiras,a saber,respectivamente
: a TIRANIA,que seria a monarquia degenerada, a OLIGARQUIA,como deturpação da aristocracia,e a
DEMAGOGIA,representando a corrupção da
democracia.
Mais tarde,já no Séc. II a.C,o historiador e geógrafo
POLIBIO, também da Antiga Grécia,propôs a substituição da “demagogia”
aristotélica pelo que ele chamou de OCLOCRACIA,que seria a verdadeira e mais
completa corrupção da democracia. Assim
, dentro da OCLOCRACIA ,também estaria incluída a “demagogia” ,ou seja, o
resultado daquela pregação puramente eleitoreira do candidato, enganando o
eleitor. Mas a proposição de Políbio iria bem mais longe e seria mais completa
que a de Aristóteles no aponte dos
diversos vícios que poderiam afetar a
democracia. Nos estudos ulteriores que
desenvolveu em Roma,Políbio sugeriu que a melhor forma de governo
estaria numa combinação da monarquia,com
aristocracia e democracia,ou seja, entre
as três formas puras de governo ,conforme
Aristóteles.
Na verdade não teria fim a identificação dos diversos vícios que podem afetar a democracia autêntica, configurando,portanto ,a
OCLOCRACIA. Essa palavra (oclocracia) em
síntese representa a corrupção,a desordem,a degeneração,a
deturpação,a negação,enfim, da própria democracia,praticada por uma massa humana
politicamente inabilitada ,despreparada,ignorante,despolitizada, ingênua,
carente de conhecimentos suficientes para essa prática, muitas vezes até egoísta (buscando só o próprio
benefício em detrimento do bem
coletivo),frequentemente fazendo das
eleições um ato comercial, trocando o
voto por alguma promessa ou vantagem
pessoal qualquer, em proveito da pior escória da sociedade levada a
fazer política e dela fazer uma profissão espúria no intento único de só tirar proveito, muitos dos quais ilícitos ,
ficando de costas para os verdadeiros
interesses do povo.
Disso tudo resulta que entregar um título de eleitor para
gente despreparada a tal ponto é tão ou
mais perigoso que entregar uma arma de fogo a uma criança sem consciência das
consequências trágicas que esse porte indevido poderá ocasionar. Mas aí dá para
compreender perfeitamente e à exaustão
os porquês do quase endeusamento do modelo “democrático”, pela famigerada
classe política .Falar mal dessa “democracia” é pior que ofender a mãe
desses pilantras metidos na política. Eles até teriam certa razão se aquela
“coisa” que eles chamam de “democracia” fosse de fato a verdadeira democracia.
Porém não é. Pelas razões antes esmiuçadas,o que eles praticam é pura
oclocracia, que se resume na “democracia” da patifaria política. Em termos
políticos,sem dúvida, a palavra democracia é a mais valorizada de todas. Está
no topo de todas as constituições e leis. Tudo uma farsa,porém.
Concluindo,sou levado a crer que Aristóteles e Políbio não esgotaram a
relação das formas deturpadas da
democracia. Parece-me que o modelo da BURRICE ,ao menos no caso brasileiro,seria
mais apropriado e bem mais abrangente, incluindo todos os vícios da demagogia e daoclocracia.
Não alimento qualquer expectativa que esse modesto estudo possa alterar a tendência do quadro eleitoral que se avizinha. Portanto,
“vai dar em nada”. Os que lerem e concordarem dispensariam a leitura. Já sabem tudo. Mas eles estão entre os 5%,ou 10% de eleitores bem informadas e politizados. Não
decidem nada. Seria preciso atingir os demais eleitores ,os 95 % ou 90%,que só tomam conhecimento e
acreditam nas causas divulgadas e abraçadas pelas “globos-da-vida”, que sempre agiram criminosamente contra
os legítimos interesses do povo.
Sérgio Alves de Oliveira/Advogado e Sociólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário