Caros amigos
Já disse várias vezes que não me oriento
pela intenção de agradar a quem quer que seja. Escrevo e digo o que
penso, com a coerência e com a clareza possíveis. Respeito a opinião de
todos que me honram com a sua atenção e que me enviam comentários
respeitosos e coerentes, mas não oriento o meu pensamento, nem as minhas
atitudes pelo agrado ou pelo desagrado dos que o fazem. Prefiro colher
ensinamentos da coerência do que leio e ouço.
Não sou uma “metamorfose ambulante”, como
Lula da Silva, mas não me envergonho de mudar de ideia quando convencido
por argumentos ou evidências.
Sobre João Dória, por exemplo, escrevi que
é um empresário de sucesso, que não fez carreira na política, que,
embora a sua gestão na prefeitura de São Paulo ainda não tenha
ultrapassado as questões cosméticas da cidade, tem propostas e atitudes
liberais que não o atrelam às posições do “tucanato” em geral.
Acrescentei que ele é inimigo dos maiores
inimigos do Brasil – Lula e o PT – e que não poupa críticas às pessoas e
aos agrupamentos e movimentos ideológicos que eu critico.
Todavia, corre nas redes sociais a notícia
de que a Prefeitura de São Paulo, cumprindo uma decisão da Comissão da
Verdade do Município, tomada e aprovada durante o governo do petista
Fernando Haddad, irá homenagear terroristas mortos durante a luta armada
e colocará seus nomes em cemitérios da cidade. Segundo me foi dito, é
algo que não conta com a aprovação do Prefeito, mas que, por força de
lei (sic), não pode deixar de ser cumprido.
Por outro lado, sempre cabe uma ação na
Câmara de Vereadores, onde ele tem uma sólida base de apoio, para sustar
(ou pelo menos tentar sustar) esse escárnio à sociedade paulistana que
ainda sofre as consequências da gestão incompetente e corrupta de
Fernando Haddad.
Até agora não tenho conhecimento de
nenhuma iniciativa nesse sentido por parte de Dória, o que, somado à sua
recente declaração de que a Justiça é soberana para decidir sobre a
condenação de Lula da Silva, mas que deve ter a “sensibilidade” de não
sentenciá-lo durante o processo eleitoral, me obriga a repensar a sua
condição “amigo político”.
Não tenho dúvida de que, estrategicamente,
a hora é de somar e não de dividir, contudo, como disse Maquiavel, “em
política, os amigos de hoje são os inimigos de amanhã” e, ao prevalecer a
omissão face ao rebatismo dos cemitérios e a “sensibilidade” em relação
a prisão de Lula, restará crer que a “gestão” de João Dória na
Prefeitura de São Paulo não deverá mesmo ultrapassar o nível da
maquiagem e que, aplicando o ensinamento de Maquiavel, o amanhã é hoje!
Gen Bda Paulo Chagas
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