Por Redação BNews | Fotos: Divulgação
Na
manhã desta terça-feira (02), a Polícia Federal (PF), o Ministério
Público Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagram
a Operação Gênesis, que visa desarticular organização criminosa
responsável por fraudes em licitação e desvio de recursos públicos
destinados à contratação de serviço de transporte escolar na cidade
baiana de Porto Seguro.
Cerca de 100 Policiais Federais e cinco servidores da
Controladoria-Geral da União, cumprem cinco mandados de prisão
temporária, 15 de busca e apreensão e 37 mandados de condução
coercitiva nos municípios de Guaraciaba, Manhuaçu e Viçosa, em Minas
Gerais, e Eunápolis, Itabela, Porto Seguro e Salvador, na Bahia.
Segundo a PF, as investigações iniciaram há cerca de dois anos, e
permitiram constatar, primeiramente, o direcionamento da licitação
para favorecer uma empresa integrante do esquema criminoso.
A polícia detalha que essa empresa, depois, era beneficiada com
sucessivos vultosos aditivos ao contrato firmado com a prefeitura,
facilitados pela inclusão de novas rotas originalmente não previstas,
que eram aprovadas por servidor público municipal também participante
da fraude. Parte do dinheiro destinado ao pagamento do contrato era
desviado, retornando em benefício desse servidor e de outros
investigados.
Ainda de acordo com a PF, servidores da própria Prefeitura Municipal,
como professores e motoristas, eram subcontratados para a execução do
transporte escolar, na maioria das vezes por valor muito inferior ao
recebido do município pela empresa, sendo essa umas das formas através
das quais o dinheiro era desviado.
No total, os recursos liberados para contratação da empresa,
inicialmente orçados em R$ 8.288.000 já alcançaram a cifra de R$
37.895.062,32 com os aditivos, sem que tenham ocorrido novas
licitações. Estima-se que o custo diário do serviço de transporte
escolar no município de Porto Seguro ultrapasse os R$ 40.000.
Apura-se ainda a possível sonegação fiscal por parte de alguns dos
investigados, cujos nomes encontram-se inscritos em dívida ativa, com
débitos em montante superior a R$ 12.000.000.
O nome da operação remete ao Livro de Gênesis da Bíblia, quando a
luz deu fim às trevas, em uma referência à descoberta das fraudes que
vinham se perpetuando no tempo.
Os investigados, na medida de sua participação, responderão pelos
crimes de organização criminosa, fraude à licitação, corrupção
ativa e passiva e sonegação fiscal.
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