JORNAL A REGIÃO
e itens estranhos previstos para a concessão privada. O próprio anúncio
oficial do Estado sobre a gestão do aeroporto Jorge Amado mostra a falta
de interesse em resolver seus problemas. Por exemplo, cita que quando
chover o aeroporto de Una (foto) será usado como alternativa “sem
precisar pousar em Salvador”.
Por traz do aparente benefício o texto mostra que não há interesse em
instalar em Ilhéus os equipamentos para pouso por instrumentos,
necessários na chuva. Além disso, o Estado considera “positivo” a gente
ter que viajar mais 80 km de carro em dia de chuva, de Una a Ilhéus.
Ao contrário do que prega o Estado, não é este nosso “antigo anseio”. O
que a região precisa e quer, há muito tempo, é o aeroporto de Ilhéus
recebendo voos também em dias de chuva, equipado com o necessário para
pouso e decolagem por instrumentos.
Ainda sobre a transferência do aeroporto de Ilhéus para o Estado, uma
coisa ficou estranha. O governo Federal transfere para o Estado, que vai
privatizar. Se a Bahia vai transformar em concessão privada, por que o
Governo Federal já não faz isso direto?
Obrigação anormal
Outra declaração que deixa dúvidas é que o futuro concessionário do
Jorge Amado “terá como obrigação fazer o estudo de localização, o
projeto e o licenciamento ambiental para o novo aeroporto de Ilhéus”. O
problema é que o novo aeroporto, se um dia existir, será outra
concessão.
O concessionário do Jorge Amado pode não vencer a nova concessão, mas
terá que bancar os custos iniciais, de alguns milhões, para que outra
empresa não precise gastar. O próprio edital será completamente fora do
normal.
O comum é se fazer um edital para o projeto do aeroporto, outro para a
construção e um terceiro para a gestão. Ao incluir o projeto na gestão
do atual, que nada tem a ver com o outro, o Estado cria um monstro
burocrático que pode ser considerado ilegal pelos tribunais de contas.
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