Os democratas brasileiros, escreve Augusto Nunes, completarão nas urnas de 2018 o saneamento iniciado nas eleições municipais. "A
seita que tem em Lula seu único deus será varrida dos Estados mais
relevantes e terá de contentar-se com bancadas parlamentares raquíticas.
Pior: não demorará a saber que é mais fácil Frei Betto virar Papa do
que o chefão voltar ao gabinete presidencial":
Em países
democráticos, não existem presos políticos. Se houver algum, não há
democracia. A Venezuela, neste momento, tem mais de 130 presos
políticos. Tampouco existe democracia sem oposição com liberdade para
divergir. Na Venezuela, o governo encarcera líderes oposicionistas e
trata manifestantes oposicionistas à bala. Passam de cem os mortos só
nos últimos três meses.
Nos regimes
democráticos, os três Poderes são independentes. Na Venezuela
bolivariana, o chefe do Executivo, Nicolás Maduro, subjugou o Judiciário
e tenta agora exterminar o Legislativo eleito pelo voto popular. Falta
pouco para que o berço do socialismo do século 21 embale uma ditadura
com cara de anos 50.
Maduro, um bigode sem
cabeça, faz o possível para apressar o parto da Cuba sul-americana
concebida por Hugo Chávez, um bolívar-de-hospício. Cada vez mais
distante do mundo civilizado, a nação devastada pelo obscurantismo é a
luz que ilumina a caminhada para trás dos órfãos do Muro de Berlim e das
viúvas do stalinismo.
No encontro do Foro
de São Paulo promovido na Nicarágua, a senadora Gleisi Hoffmann,
presidente do PT, endossou sem ressalvas as delirantes conclusões da
pajelança dos matusaléns ideológicos. Uma delas avisa que Lula é
inocente. Outra acusa a oposição venezuelana de sonhar com o assassinato
da democracia que Maduro defende heroicamente.
Por tudo isso e muito
mais, cumpre aos democratas brasileiros concluírem nas eleições de 2018
o serviço de saneamento político iniciado nas urnas de 2016. Ainda
grogue com o fiasco nas disputas municipais, o PT vai descobrir que se
tornou nanico. Um partido envilecido pela corrupção sistêmica e perdido
em algum lugar do passado não merece, neste começo de terceiro milênio,
eleger sequer um vereador de grotão.
A seita que tem em
Lula seu único deus será varrida dos Estados mais relevantes e terá de
contentar-se com bancadas parlamentares raquíticas. Pior: não demorará a
saber que é mais fácil Frei Betto virar Papa do que o chefão voltar ao
gabinete presidencial.
Ao deixar o Planalto,
Lula era aprovado por mais de 80% dos brasileiros e a taxa de rejeição
não passava de um dígito. Hoje, mais de 50% dos eleitores garantem que
não votarão no palanque ambulante, que patina nos 30% de fanáticos ou
desinformados.
Se escapar da cadeia,
uma hipótese crescentemente improvável, pela primeira vez o campeão da
bravata e da bazófia terá de atravessar uma campanha na defensiva, à
caça de explicações e álibis que não há. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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