JORNAL A REGIÃO
apesar das declarações do governador Rui Costa de que está tudo bem
encaminhado. Não está. A vistoria técnica do Tribunal de Contas da União
encontrou diversos problemas, que podem resultar em sério aumento de
custos depois de iniciada a obra, segundo o relator Luciano Brandão.
A duplicação, que na verdade é uma nova estrada, do outro lado do Rio
Cachoeira, teve vários de seus detalhes discutidos com o Governo do
Estado mas, segundo o relator do tribunal, “não foi obtido qualquer
esclarecimento consistente por parte da Seinfra/BA e do Dnit/BA”.
O contrato, de R$ 105 milhões, feito com a OAS prevê o uso de
tecnologias ultrapassadas, mais caras e não adequadas a uma obra deste
porte. A preocupação do TCU é que, depois de iniciada a obra, a OAS
poderia adotar as tecnologias certas e mais baratas, embolsando a
diferença de custo.
Betoneiras
Um exemplo é a previsão de uso de betoneiras individuais, de 400 e 750
litros, destas que você vê em qualquer construção. Elas são
antieconômicas em obras de grande porte, que sempre usam uma central de
concreto e caminhões betoneiras para levar até cada local.
O truque é calcular o custo do concreto usando betoneiras e depois
adotar a central, reduzindo o custo sem devolver o dinheiro. O mesmo
acontece com a previsão de usar em todo local as fundações do tipo
“tubulões a ar comprimido”, caros e necessários só em locais com muita
água.
No projeto ele está previsto não só para os vãos de ponte como para
viadutos e para cabeceiras, onde não há presença de água. O correto, diz
o TCU, seria usar nestes locais estacas metálicas e sapatas rasas, mais
baratas e adequadas.
Areia e brita
O TCU também aponta um aumento desnecessário de custos com a compra de
toda a areaia e brita da obra. “Não foram examinadas todas as áreas
para fins de exploração de jazidas de areia e brita pela empresa
vencedora do certame”. E existem várias na área do projeto.
No caso da brita “deverá ser analisada, inclusive, a possibilidade de
aproveitamento de material de 3ª categoria, presente em vários pontos do
traçado da própria rodovia”. O TCU também aponta o uso de formas
plastificadas, mais caras, no lugar das metálicas e de pre-moldados.
Para liberar a obra, o TCU quer que a Seinfra e o Dnit façam um novo
orçamento, prevendo as tecnologias elencadas como mais adequadas e
eficientes. Também quer que seja definido quem pagará pelas
desapropriações, o que não ficou claro no projeto.
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