São Paulo: o arruaceiro Boulos, ladeado por Lindbergh e Gleisi. |
Percival Puggina traça o
perfil do arruaceiro que atua nessas greves de grupúsculos que apenas
prejudicam os cidadãos - e nada tem de geral. Pelas bandeiras que
carregam - inclusive para bater nos outros -, são entusiastas da
democracia vigente em países como Venezuela e Cuba:
Inicialmente cabe
perguntar: como pode ser "geral" uma greve sem apoio da população? Pelas
siglas das bandeiras que agitam, os habituais construtores da confusão e
suas massas de manobra acham muito bom o ambiente político promovido na
Venezuela e os resultados colhidos em Cuba. Creem, então, ser de boa
política demonstrar força parando o país na marra. O sucesso deles
depende do fracasso de todos os demais.
São pequenos grupos
articulados nacionalmente. Param o transporte coletivo na base da
pedrada e do "miguelito", mas não são, eles mesmos, motoristas de ônibus
porque isso é muito trabalhoso. Bloqueiam rodovias e avenidas,
incendiando pneus, mas não são, eles mesmos, transeuntes desses
caminhos. Impedem os demais de trabalhar, mas são raros, raríssimos em
tais grupos, os ativistas que ganham seu sustento com o suor do próprio
rosto. Menor ainda é o número daqueles cuja atividade, por sua natureza,
agrega algum valor à economia nacional. Querem é distância do mérito,
da concorrência, do livre mercado. São nutridos por alguma teta
política, pública, sindical ou familiar. São, estes últimos, filhinhos
do papai entregues à sanha dos encolhedores de cabeças do sistema de
ensino. É a geração nem-nem, mas com direito a mesada.
O que estou
descrevendo aqui por intuição, os italianos diriam ser algo que "si
sente col naso" (se percebe com o nariz). E bem mereceria ser objeto de
uma pesquisa acadêmica. Conviria à sociedade conhecer o perfil dessas
pessoas que volta e meia se congregam para infernizar a vida dos outros.
No entanto, também com o nariz, posso intuir que a academia brasileira
não teria o menor interesse em executar essa tarefa porque ela iria
desmoralizar, politicamente, as seivas de que essa militância se nutre. E
as grandes empresas de comunicação? Bem, pelo que tenho visto ao longo
deste dia 30 de junho, tampouco elas, diante das depredações e da
queimação de pneus, pronunciaram uma sílaba sequer que fosse além da
mais cirúrgica narrativa dos fatos em curso. Tão lépidos em comentar
tudo, entendam ou não dos assuntos, demonstram-se, hoje, absolutamente
indispostos a qualquer análise do que está acontecendo. No entanto, há
uma riqueza de conteúdo, tanto no que não aconteceu quanto no que
aconteceu. Tudo por ser investigado.
Creio que só uma
colaboração premiada poderia desvendar as entranhas dessas articulações
político-ideológicas tão nocivas ao bem comum... (Blog do Puggina).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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