O dinheiro da tal "conta de Lula", que na verdade estava em nome de uma
offshore controlada por Joesley Batista, foi gasto pelo empresário na
compra de um apartamento em Nova York, de dois barcos e até mesmo na
cerimônia de seu casamento, em 2012. O dono da JBS repatriou o
patrimônio em 2016. Pagou mais de R$ 20 milhões de Imposto de Renda.
Depois da confusão por causa da "conta", revelada em sua delação,
Joesley explicou que, na verdade, depositava nela recursos destinados a
pagar propina ao PT no governo Lula. Quando tinha que financiar o
partido, ele desembolsava dinheiro no Brasil e apenas "descontava"
contabilmente do que já tinha poupado no exterior. Os recursos seguiam
lá fora. E Joesley está ouvindo de novo os áudios das conversas que
gravou com políticos para tentar descobrir quais delas estavam no
gravador em que registrou seu diálogo com Temer. Os demais tinham sido
transferidos para um computador e apagados do aparelho. O gravador, no
entanto, foi entregue à Polícia Federal para perícia. E ela recuperou o
conteúdo de outros sete encontros. Uma das conversas registradas na
época se deu entre advogados e executivos da JBS porque o gravador de
Joesley ficou ligado por engano. É possível também que haja diálogos com
Paulinho da Força (SD-SP), João Bacelar (PR-BA) e Gabriel Guimarães
(PT-MG). O mistério é grande e a JBS já pediu à Justiça que mantenha o
sigilo do conteúdo recuperado. (MB)
Nenhum comentário:
Postar um comentário