Por Redação BNews
Nas delações da Odebrecht e do Grupo
J&F mais de 200 parlamentares foram citados, mas até agora nenhum
processo foi aberto nos Conselhos de Ética da Câmara e do Senado, de
acordo com o Estadão. Partidos de oposição chegaram a protocolar duas
representações com base na colaboração premiada dos irmãos Joesley e
Wesley Batista. Os processos, porém, foram arquivados antes de serem
analisados.
Na atual legislatura (2015-2018), dois
parlamentares foram cassados pelos Conselhos de Ética do Congresso. A
reportagem detalha, após a delação dos acionistas e executivos da
J&F – que controla o frigorífico JBS –, Rede e PSOL apresentaram
representações com pedido de cassação dos mandatos do senador Aécio
Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, e do hoje suplente de
deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente
Michel Temer no Palácio do Planalto.
Ainda de acordo com o jornal, o acordo
de colaboração do Grupo J&F foi homologado em maio pelo ministro
Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
A Procuradoria-Geral da República apresentou denúncias (acusações
formais) contra Temer, Aécio e Rocha Loures com base nas investigações.
A reportagem detalha que os partidos que
mais protocolam representações nos conselhos, Rede e PSOL justificam
que não entraram com outros pedidos para evitar arquivamentos. “Se a
gente entupir o conselho, vai ter um monte de parecer prévio negando as
representações. Porque o conselho é formado por um conjunto de figuras
indicadas pelos partidos, em grande parte, para barrar qualquer
investigação”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).
Ao jornal, Valente defendeu uma “entrada
seletiva” de representações. Para ele, é preciso concentrar a atuação
em processos contra parlamentares com mais visibilidade política. “Os
dirigentes partidários devem ser o foco, pessoas que têm uma função e
responsabilidade maiores que parlamentar secundário. Se não fizer
escolha, vai ter 70, 80 processos, sem desenvolvimento.” O deputado
disse que o PSOL deve discutir novas representações “seletivas” quando o
Congresso retomar as atividades, na próxima semana.
Único representante da Rede no Senado,
Randolfe Rodrigues (AP) também defendeu cautela. “O critério preliminar
que definimos é o grau de escândalo do caso. Se entrar contra todos,
nossa atividade parlamentar ficaria restrita a isso”, afirmou ao
Estadão.
As defesas de Aécio, Rocha Loures e
Temer negam as acusações contidas na delação da J&F e nas denúncias
da Procuradoria-Geral da República.
Nenhum comentário:
Postar um comentário