Por Redação BNews
Mais
de 8 milhões de trabalhadores em todo o país estão com dinheiro
faltando em suas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
ativas ou inativas. Isto porque, segundo Uol, as empresas não pagaram o
que deviam. São 204.804 empresas devendo R$ 25,7 bilhões no total.
De acordo com a reportagem, dentro desse
universo, as cem maiores devedoras deixaram de recolher, juntas, cerca
de R$ 3,84 bilhões. No topo da lista, aparecem Varig e Vasp, companhias
aéreas já falidas. Também figuram ali empresas conhecidas, como Bradesco
Vida e Previdência, Eletropaulo e Fundação Dom Cabral, entre outras.
Algumas das empresas contestam as dívidas
e acusam o Fisco de errar no cálculo. Elas travam uma batalha jurídica
que já se arrasta há anos.
A Varig, falida em 2007, deixou um
rastro de dívidas: são mais de R$ 643 milhões somente de FGTS. A empresa
teve parte da sua estrutura absorvida pela Gol Linhas Aéreas, que
afirma não ser responsável pelas dívidas trabalhistas da Varig. A
Fundação Ruben Berta, antiga administradora da Varig, foi procurada, mas
não respondeu sobre a possibilidade de quitar a dívida.
A Vasp faliu em 2008, deixando dívida de
R$ 149,7 milhões de FGTS. A terceira maior devedora é a Universidade
Cândido Mendes. Uma das mais antigas instituições de ensino superior do
Rio de Janeiro, ela deve R$ 120,7 milhões. A universidade vive uma crise
há alguns anos, com atraso de salários e do pagamento do 13º salário.
Procurada, a empresa não se manifestou.
A Fundação Dom Cabral (FDC) tem dívida
de R$ 15,8 milhões. A instituição afirma que o valor devido é referente
a processos movidos por professores e consultores contratados como
prestadores de serviço, mas que entraram na Justiça para pedir
reconhecimento do vínculo empregatício.
"A FDC esclarece que está em dia com o
pagamento do FGTS de todos os seus colaboradores, conforme atesta o
certificado de regularidade do FGTS da instituição, válido até 15 de
agosto de 2017. Os débitos apurados pela reportagem correspondem à
autuação fiscal em discussão judicial, com garantia integral do seu
valor apresentada pela FDC e aceita em juízo", afirma, em nota.
A Bradesco Vida e Previdência aparece com
dívida total de R$ 17,2 milhões junto ao FGTS. A empresa foi procurada e
não quis se pronunciar.
Do setor elétrico, aparece na lista a
antiga estatal de energia de São Paulo, a Eletropaulo. A dívida soma R$
89,6 milhões, relativo ao período de 1993 a 1998, quando ainda pertencia
ao governo paulista.
A empresa foi privatizada pela americana
AES em 1999. A nova controladora, AES Eletropaulo, diz em nota que a
dívida é alvo de ação judicial em andamento, que "não possui pendências
relativas ao FGTS e está em dia com suas certificações de regularidade".
A empresa fala em "suposto débito" e acusa o Fisco de calcular errado a
dívida.
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