quarta-feira, 28 de junho de 2017

Jutahy sobe o tom contra Temer e o culpa por 'crise sem precedentes'



Por Redação BNews | Fotos: Gilberto Júnior/BNews
O deputado federal Jutahy Magalhães Jr., membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, foi enfático ao dizer que “a culpa é exclusivamente de Temer” pelo aprofundamento da crise política, uma vez que o presidente recebeu o empresário Joesley Batista no meio da noite, no Palácio do Jaburu. No entanto, o tucano não disse se votará a favor ou contra a abertura do processo contra o peemedebista. “Culpa exclusiva do presidente Temer, ele não podia ter recebido Joesley e ter tido a conversa que teve. Isso é indefensável. Mas temos que avaliar as condições jurídicas se esse ato que ele praticou é suficiente para afastá-lo da presidência”, declarou, em entrevista ao apresentador Zé Eduardo, na rádio Metrópole.
Jutahy também comentou a situação do PSDB, que continua na base governista, mantendo os cargos, mas está dividido sobre a manutenção do apoio a Temer. “Temos o ministro Imbassahy, um interlocutor do presidente Temer. Temos o presidente do partido na Bahia, João Gualberto, que é um dos maiores defensores do Fora Temer. Temos duas pessoas antagônicas. Mas todos temos a compreensão de fazer o melhor para o Brasil. Alguns acham que apoiar Temer traz estabilidade econômica. E outros acham que ele perdeu todas as condições éticas, morais. Mas essa é uma questão que será superada rapidamente”, prosseguiu, acrescentando que não vê contradição entre a cautela que mantém no caso de Temer e a celeridade no julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
“Estamos vivendo uma crise sem precedentes. É a primeira vez que um presidente é denunciado por corrupção, e um presidente que é fruto de um impeachment. Votei no impeachment e não me arrependo. Era impossível sairmos do buraco econômico em que estávamos”, disse. “O impeachment foi um processo longo, passamos meses defendendo a abertura de um processo. Já havia a avaliação pessoal e política de que a presidente Dilma precisava sair. E tudo isso fez o processo chegar à CCJ. Quando chegou lá, já sabia que era preciso haver o impeachment. […] Não tenho condição de, antes de conhecer a denúncia como um todo, ouvir o áudio, que não tem edição, ouvir a defesa, e meu voto será dado de forma pública. Meu voto não terá nada a ver de ser governo ou de oposição, nem do PSDB. Não será um voto partidário, mas técnico”, completou.
Jutahy disse ainda que viu “com muita tristeza tudo o que aconteceu com Aécio. O PSDB fez de forma correta a mudança na presidência do partido. Ele terá todas as condições de se defender. Mas acho que ele deve fazer isso com condições pessoais, não por via partidária”. O tucano também não se furtou a criticar o PT ao dizer que o partido, “no fundo, torce para Temer ficar, porque sabe que Temer ficando, esconde os problemas de Lula, que pode ser condenado a qualquer momento”.

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