Por Agência Brasil
O juiz federal Sérgio Moro não levou a sério a manifestação do
ex-ministro Antonio Palocci de que estaria disposto a colaborar com a
Operação Lava Jato. A declaração do ex-ministro foi feita durante
audiência no dia 20 de abril na qual foi interrogado na condição de réu.
Na ocasião, ele disse que era inocente e que teria "nomes, endereços e
operações realizadas" que poderiam render "mais um ano de trabalho" à
força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF).
Na sentença publicada nesta segunda-feira (26) em que condena Palocci a
mais de 12 anos de prisão, Moro recuperou o assunto. Segundo o juiz, as
declarações do ex-ministro "soaram mais como uma ameaça para que
terceiros o auxiliem indevidamente para a revogação da preventiva, do
que propriamente como uma declaração sincera de que pretendia naquele
momento colaborar com a Justiça".
Moro escreveu, ainda, que Palocci "é um homem poderoso e com conexões
com pessoas igualmente poderosas", que poderia influir "indevidamente"
no processo. Por isso, segundo o juiz, o ex-ministro deverá permanecer
preso mesmo que decida recorrer da condenação em primeira instância.
A defesa de Antonio Palocci afirmou que o ex-ministro tinha interesse
em colaborar com a investigação. Para os advogados, tomar a manifestação
do réu como uma ameaça a terceiros foi uma "dedução" de Moro. Eles
disseram, ainda, que irão recorrer da sentença.
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