Populistas irresponsáveis e gananciosos só pensam em permanecer no poder e escapar da espada da Justiça. Percival Puggina:
Deu no Globo de hoje (31/05):
O caso JBS-Temer está levando parlamentares a realizar uma exumação nos empréstimos do BNDES, entre 2008 e 2014, quando o banco injetou dinheiro barato em empresas selecionadas pelos governos Lula e Dilma (os “campeões nacionais”) para que pudessem comprar outras empresas no exterior. Ontem, o senador Álvaro Dias (PV-PR) apresentou no plenário resultados de uma análise preliminar: em um período de seis anos, a União emprestou ao BNDES um total de R$ 716 bilhões. Como o Tesouro Nacional não dispunha do dinheiro, o governo foi ao mercado privado. Tomou recursos pagando juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa Selic, e repassou à JBS, Odebrecht e outras empresas ao custo entre 5% e 6%, pela TJLP. Negócio de mãe para filho. O resultado, lembrou, é um subsídio sem precedentes, de R$184 bilhões. “A sociedade vai pagar por isso até o ano de 2060”, disse Dias. Faltam 42 anos para liquidar a conta.
Os números absolutos e
atualizados da escrita, conforme divulgado anteriormente, superam em
25% o total do subsídio que o Plano Marshall proporcionou à reconstrução
de 16 países europeus após a Segunda Guerra Mundial.
Nos bastidores dessa conduta sinistra que arrasou o Brasil atuavam, de modo conjugado, duas diferentes forças:
• a do grupo dos
economistas alinhados com Dilma Rousseff, também ela uma
“desenvolvimentista”, convictos de que o Estado gastador, jogando
dinheiro no mercado, cria prosperidade;
• o do grupo dos
proxenetas do erário, cafetões dos negócios de Estado, olho aberto a
todas as possibilidades de comissionamento que possam ser criadas com
recursos públicos.
Na ocasião, nossos
melhores e mais responsáveis economistas denunciavam a magnitude, a
injustiça e a ineficiência daquela torrente de dinheiro barato em tempos
de juro alto. Enquanto, no Brasil petista, havia dinheiro quase de
graça para alguns poucos privilegiados – ditos “campeões nacionais” – a
segunda e a terceira divisão do empresariado, aqueles que faziam a
economia ainda se mover, tinham que se haver com juros na estratosfera.
Ao custo de bilhões, adoecia-se o mercado e se quebrava o país.
São esses populistas,
irresponsáveis uns, desonestos outros, que pretendem se valer da atual
crise política para escapar da cadeia e voltar ao poder. Se as
conseqüências de semelhante desatino recaísse apenas sobre seus fieis
seguidores – perdoe-me Deus! –, seria muito bem feito. Mas o Brasil é um
navio com 210 milhões de passageiros viajando em mar revolto.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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