Por Aparecido Silva | Fotos: Câmara dos Deputados/Reprodução
Nefasta, vergonha, maldade, hedionda... são alguns termos utilizados
que foram utilizados por parlamentares baianos de oposição ao governo
Michel Temer para designar a reforma trabalhista votada e aprovada na
madrugada desta quinta-feira (27) na Câmara Federal.
O
deputado federal Luiz Caetano (PT) usou o microfone durante a sessão
para dizer que a aprovação da reforma que altera pontos da Consolidação
das Leis Trabalhistas (CLT) "é uma vergonha" e que prejudica a classe
trabalhadora. Dentre as medidas que constam na reforma estão: a
prevalência do acordo sobre a lei, regras para o trabalho intermitente e
o fim da contribuição sindical obrigatória e da ajuda do sindicato na
rescisão trabalhista. Agora, a matéria será enviada ao Senado.
Robinson
Almeida (PT), por sua vez, afirmou que o relator Rogério Marinho era um
"representante legítimo dos empresários" e alterou questões como a
carga horária, que pode exceder às 8 horas diárias; o horário de almoço,
que pode ser reduzido para apenas 30 minutos; e o fim do cartão de
ponto. "Portanto, se nesse projeto nada presta, o coração da maldade
desse projeto é essa lógica que estabelece o negociado sobre o
legislado", disse o petista, ao se referir às negociações que o
empregador poderá estabelecer diretamente com o funcionário em questões
trabalhistas.
Líder
do PCdoB na Casa, Alice Portugal disparou: "esta reforma é nefasta,
esta reforma é hedionda para com os trabalhadores e seus direitos".
"Além de sermos autodestrutivos em relação à aprovação de matérias que
nos levam ao descrédito popular, nós estamos abrindo mão da prerrogativa
constitucional de legislar, perdendo o perfil essencial de um poder
representativo", disse a comunista em sua autoanálise na Câmara.
José
Carlos Aleluia (DEM), aliado do governo Temer na Casa, discursou em
defesa da matéria oriunda do Palácio do Planalto. "Não são apenas os
trabalhadores que vão se fortalecer. Nós agora no Brasil vamos ter
sindicatos de trabalhadores verdadeiros, porque os trabalhadores vão ter
que pagar pelo trabalho que o sindicato prestar para eles como é na
Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, França e como será no Brasil. Da
mesma forma, esses sindicatos patronais de fantasia, porque muitos só
prestam para empregar genros e noras, vão ter que pagar do bolso de
maneira voluntária e não mais imposta", apontou o democrata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário