quarta-feira, 29 de março de 2017

FHC: tão perto do socialismo, tão longe do liberalismo.


De liberal, o ex-presidente FHC nunca teve nada. Até duvido que tenha lido algum clássico liberal, como quase toda a sua geração de universidade, formada nas teses marxistas. A propósito, segue post de Rodrigo da Silva (editor do Spotniks) no Facebook:


FHC...

Já foi editor da revista “Fundamentos”, do Partido Comunista Brasileiro.
Já teve Lula como principal cabo eleitoral, em 1978, fazendo campanha lado a lado com ele em porta de fábrica.
Já assumiu publicamente ser marxista, mesmo depois de eleito presidente da República.
Já lutou contra o impeachment de Lula em 2005.
Já lutou contra o impeachment de Dilma em 2015.
Já defendeu as políticas econômicas do PT.
Já lançou José Serra candidato à presidência.
Já disse que não gostaria de ver a prisão de Lula.
Já se assumiu como um homem de esquerda, justificando que a direita só produz "injustiças, miséria e violência".
Já tentou brecar a ascensão de Doria, um político mais liberal, dentro do seu próprio partido.
E agora diz que o filme que retrata o liberal Gustavo Franco como protagonista do Plano Real é só uma "obra de ficção".
Você pode dizer que FHC transitou ao longo da vida entre o extremismo e a moderação. Pode apostar que a sua vaidade lhe fez navegar por diferentes mares para ser aceito. Pode até supor que o seu narcisismo lhe forçou a adotar decisões mais ponderadas na vida pública, tornando-o menos refém dos seus próprios credos. Só não pode negar o quanto a sua identidade política é cristalina.

FHC é um dos principais representantes da esquerda brasileira. Não dessa esquerda troglodita que engole barba no almoço, é verdade - imatura, fascistóide, ignorante, que nunca leu sequer O Capital, quem dirá Florestan Fernandes - e que é tão limitada que é capaz de jurar, vejam só, que o tucano é um representante do liberalismo (provavelmente porque a única vez em que encarou o assunto na vida foi analisando uma imagem em preto e branco do Adam Smith no livro de história do segundo grau). Também não é dessa esquerda que compartilha meme da Frida Kahlo, lê poesia avulsa do Pablo Neruda e toma três aulas de francês para fingir uma intelectualidade que não possui.

FHC é da esquerda que soube superar a viuvez da queda do Muro de Berlim - e exatamente por isso é mais adaptável às novas circunstâncias que os demais. Sua grande diferença com Lula, ao menos no que diz respeito ao campo político, versa muito mais sobre estilo do que ideias. E você não precisa de nada além de um bom livro de história para chegar a essa conclusão.

Toda vez que alguém diz que FHC é um "neoliberal", um panda comunista morre em frente à Praça da Paz Celestial.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

Nenhum comentário:

Postar um comentário