sexta-feira, 31 de março de 2017

Arqueólogos descobrem palácio real de 2,3 mil anos no México

Período coincide com o da emergência de um Estado arcaico na região


Um palácio real de 2.300 anos atrás, e que pode ter permanecido em uso por cerca de 200 anos, foi descoberto no Vale de Oaxaca, no México, informa artigo publicado no periódico PNAS. De acordo com os autores, o período coincide com o da emergência de um Estado arcaico na região. O complexo tem ainda semelhanças arquitetônicas com palácios muito posteriores, descritos já no período colonial.
“Os dados da escavação documentam um complexo palaciano multifuncional cobrindo uma área máxima de 2.790 m2, no lado norte de uma praça e consistindo tanto de componentes governamentais quanto residenciais. Os dados indicam que o complexo foi projetado e erguido como uma única construção”, diz o artigo, assinado por pesquisadores do Museu de História Natural de Nova York.
O palácio real descoberto no Vale de Oaxaca, México
O palácio real descoberto no Vale de Oaxaca, México
“A emergência dos primeiros Estados é um grande problema de pesquisa em antropologia”, destaca o artigo. “Uma manifestação arqueológica fundamental de Estados é o palácio real”. Os autores citam o trabalho de William T. Sanders (1926-2008), que conduziu escavações arqueológicas nos anos 70 na Guatemala, e que chamou atenção para a importância do palácio como medida da autoridade do governante e do nível de organização da sociedade.
“Ele determinou que, embora os caciques de sociedades pré-estatais pudessem convocar uma força de trabalho considerável para construir templos e outros edifícios públicos, eram incapazes de reunir a força de trabalho para construir suas próprias residências. Em contraste, governantes de Estados grandes e socialmente estratificados compunham uma classe dominante especializada de homens e mulheres dotados da autoridade e da força de trabalho para encomendar palácios monumentais para si mesmos”, escrevem.
O artigo na PNAS segue descrevendo a configuração do palácio e os artefatos encontrados em seu interior, incluindo braseiros, jarros e urnas, muitos esculpidos com figuras humanas estilizadas. O complexo do palácio real ficava separado dos templos e alojamentos dos sacerdotes, que ocupavam a face leste da praça. As partes residencial e funcional do palácio eram ligadas por uma escadaria. A residência real ficava na parte mais elevada do terreno, sobrepondo-se às demais estruturas da praça e seu entorno.
Do Jornal da Unicamp

Nenhum comentário:

Postar um comentário