O
Senado da Argentina aprovou nessa quarta-feira (29) o projeto que
aprova o uso medicinal da maconha no país. O texto já tinha obtido sinal
verde da Câmara dos Deputados em novembro de 2016. A informação é da
Agência EFE.
A
proposta, que garante a certos pacientes o acesso ao óleo de cannabis,
habilitando a importação até que o governo esteja em condições de
produzi-lo, foi aprovada por unanimidade pelos 58 senadores argentinos.
Defendido
por organizações civis como Mamá Cultiva, integrada por mães cujos
filhos precisam do óleo de cannabis para aliviar os efeitos de suas
doenças, o projeto autoriza que a maconha seja produzida por vários
órgãos científicos estatais, com fins de pesquisa, mas não permite o
cultivo particular.
"Agora
temos um marco legal no uso para a pesquisa, tratamento e produção de
cannabis medicinal. Não havia nada na Argentina e foi o que nós, como
mães e organização, buscamos", disse à imprensa no Congresso Ana María
García, presidente da organização Cannabis Medicinal Argentina (Cameda).
Com
essa aprovação, a Argentina se une a outros países latino-americanos
como a Colômbia, o Uruguai e o Chile, que já contam com medidas que
regulam o uso terapêutico da maconha.
"Estamos
muito contentes. É preciso continuar construindo conhecimento a
respeito do que falamos sobre cannabis medicinal", acrescentou Ana
María, médica e mãe de uma jovem de 24 anos que tem epilepsia
refratária.
"É
preciso entender que isso, como uso medicinal, já está validado para a
dor oncológica, a dor neuropática, a esclerose múltipla. É preciso
pensar que há 30% de epilepsias que não respondem à medicação", afirmou.
Após
longa sessão, na qual também foram tratados outros assuntos, os
senadores decidiram aprovar a iniciativa sem debate prévio, já que o
projeto já havia recebido amplo tratamento e consenso em comissões
legislativas.
Uma
vez que o Estado possa produzir a substância, terão prioridade os
centros que integram a Agência Nacional de Laboratórios Públicos.
Além
disso, a lei, que deverá agora ser regulamentada, autoriza o cultivo de
cannabis por parte do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e
Técnicas e do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária com fins de
pesquisa e para elaborar a substância destinada aos tratamentos.
"É
o que fomos decidindo, em princípio. Com 50 anos de proibição, é uma
lei de começo, depois vamos construir tudo", ressaltou a presidente da
Cameda, lembrando que, apesar de várias províncias já contarem com
legislação na matéria, esta é a primeira vez que se aprova uma norma
assim em âmbito nacional.
VERDINHO DE ITABUNA
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