Por Redação Bocão News
O
ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou em depoimento ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o senador Aécio Neves teria lhe
pedido R$ 15 milhões no final do primeiro turno da campanha de 2014. À
época, Neves foi para o segundo turno, mas perdeu para Dilma Rousseff
(PT).
Segundo o Estadão, ele disse que, inicialmente, negou o pedido do
tucano afirmando que o valor era muito alto, mas que o senador teria
sugerido como “alternativa” que os pagamentos fossem feitos aos seus
aliados políticos.
Após ser preso na Lava Jato, contudo, Odebrecht disse ter sido
informado que o aporte financeiro acabou não se concretizando. Ainda
assim, segundo ele, teria ficado definido no encontro com Aécio que o
repasse seria discutido entre Sérgio Neves, que era superintendente da
empresa em Minas, e o empresário Oswaldo Borges da Costa, apontado como
tesoureiro informal do tucano.
Em seu relato, Odebrecht disse que só se recorda de doações oficiais para o tucano.
O valor bate com a planilha e a troca de mensagens de Odebrecht
apreendidos pela Lava Jato e que mostram o repasse de R$ 15 milhões do
departamento de propina da empreiteira ao apelido ‘mineirinho‘ que,
segundo o delator Claudio Melo Filho, era uma referência a Aécio.
À Justiça Eleitoral, a campanha do senador mineiro registra doações que
somam R$ 3,9 milhões da Construtora Odebrecht e R$ 3,9 milhões da
Braskem, petroquímica do grupo empresarial. Ao todo, o PSDB recebeu R$
15 milhões da Odebrecht em doações eleitorais em 2014.
O delator, contudo, não aprofundou mais sobre o assunto, pois o juiz
auxiliar que estava conduzindo a audiência pediu a Marcelo que se
limitasse ao objeto da Ação Judicial Eleitoral – repasses para a chapa
Dilma-Temer, que venceu as eleições de 2014.
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