sábado, 4 de fevereiro de 2017

Topless vira caso de Justiça


4/02/2017 - 16:22 |

 BAHIA TODA HORA

Tetazo na praia de Corrientes
O topless virou tema para a Justiça na Argentina. Após uma patrulha policial proibir três mulheres de exibirem os seios em uma praia no fim de semana passado, cidadãos argentinos se revoltaram contra a medida, convocaram uma marcha chamada Tetazo e abriram um processo judicial. O debate gira em torno da liberdade individual, dos direitos femininos e das acusações de provocação sexual com cunho pornográfico.
No último sábado, um grupo de policiais pediu para três mulheres pararem de fazer topless na praia de Necochea. A abordagem dividiu o público da praia, sendo que parte dos banhistas criticou a ação, mas outra parte apoiou os agentes de polícia e hostilizaram as mulheres que estavam com os seios à mostra.
O caso foi levado à Justiça e analisado pelo magistrado Mario Juliano, do Tribunal Criminal 1. Apesar de arquivar o processo por “falta de relevância”, o juiz escreveu um texto, em primeira pessoa, publicado em jornais locais, defendendo as mulheres. “A defesa irrestrita das liberdades me leva a tomar uma posição a favor das mulheres que decidiram descobrir seus seios”, disse.
Zona exclusiva – “Não queremos que episódios assim se repitam. Devemos melhorar este tipo de comportamento e promover uma convivência pacífica”, afirmou, por sua vez, a secretária de Desenvolvimento Humano de Necochea, Jimena López, propondo a criação de uma zona exclusiva para topless.
Segundo López, os policiais interpretaram o topless como uma “contravenção por exposição de órgãos genitais”. “Mas esta é uma interpretação subjetiva, pois as mamas não são consideradas órgãos genitais”, ressaltou.
O debate tomou a imprensa argentina nos últimos dias e incentivou a marcha Tetazo, marcada para a próxima terça-feira (7), em frente ao Obelisco de Buenos Aires.
Exibição obscena – O escândalo na praia argentina, porém, não foi o primeiro. No ano passado, uma mãe que amamentava em uma via pública foi obrigada a deixar o local, após abordagem policial. A lei sobre “exibição obscena” na Argentina foi redigida em 1973, é mencionada no Código Penal e cita uma proibição a amamentação em via pública.
Uma pesquisa recente publicada na Argentina constatou que 1 a cada 3 homens se disse “incomodado” ao ver uma mulher amamentando na rua.
Na contramão, o papa Francisco, nascido na Argentina, pediu no dia 8 de janeiro que as mulheres amamentem seus filhos em público, em uma tentativa de desatar o cunha sexual dos seios.
“Vocês sabem que a cerimônia é um pouco longa e alguns bebês podem chorar de fome. Se isso acontecer, vocês, mamães, podem alimentá-los sem medo, com normalidade, como Nossa Senhora”, disse o papa, durante uma missa de batismo dentro da Capela Sistina, no Vaticano.

Fonte: Agência Ansa

Nenhum comentário:

Postar um comentário