segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Por falta de líderes, vota-se em perigosos amadores, como Donald Trump


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Ninguém sabe o que Trump realmente vai fazer
Roberto Nascimento
Há mais de 30 anos, escrevi um texto sobre o medo. Era mais ou menos assim: Medo de amar, medo de sofrer, medo de ser feliz, medo de ter medo… Sinceramente, nada mais pavoroso nos dias de hoje, do que o medo do trumpismo, a era Trump. A cada twitter do presidente/empresário, a Terra e os cidadãos do mundo tremem de medo. Todos temem a eclosão de uma inimaginável guerra nuclear.
AINDA MAIORES … – Em poucos dias de governo, o man first (primeiro homem) do planeta, impediu que cidadãos de sete países muçulmanos entrassem na América, deixando estupefatos os amantes da liberdade de ir e vir, pois o irmão do Norte se tornou grande por ser habitado por imigrantes, especialmente os primeiros vindos da Inglaterra, que montaram as bases da nação americana. Esses desbravadores criaram as famosas 13 colônias.
Contudo, o atual líder do Big Brother acha que os EUA ainda não são grandes o suficiente. Por isso, messianicamente, através da propaganda maciça, continua a difundir a ideia de que tornará a América grande novamente. Está aí a origem dos fatos alternativos, sinônimo para inverdade ou pós-verdade.
PROMESSAS POPULISTAS – No afã de cumprir suas promessas populistas na direção da empregabilidade perdida do trabalhador americano, o governo ataca a China, porque acha que o país do sol nascente é o culpado. Trump sabe que os empregos perdidos foram parar nas nações asiáticas, cuja mão de obra barata e os impostos inexpressivos atraíram os capitalistas de todo o mundo.
O capitalismo não perdoa os custos altos, que diminuem os lucros, a base do sistema. O capital não tem pátria, portanto, atraca no porto seguro para seus negócios, um belo exemplo de pragmatismo responsável. Na China, a mão de obra, além de barata, lá ainda não há regras rígidas de proteção social, como as existentes no Brasil, por exemplo.
Alertado por assessores, Trump se desculpou com o presidente chinês Xi Jinping pela declaração em apoio à independência de Taiwan, capital da China nacionalista. Uma única China é prioridade absoluta para o gigante asiático.
NOVAS POLÍTICAS – O presidente/empresário da construção civil impôs sanções econômicas contra o Irã, após o lançamento de misseis balísticos. O acordo nuclear com o Irã/Europa /EUA, costurado pacientemente pelo presidente Barack Obama, está sendo implodido. Parece que Trump quer varrer do mapa as pontes construídas por Obama, no plano externo e no plano interno, como vem tentando acabar com o Obamacare, o audacioso programa de Assistência Médica para atender aos americanos que não podem pagar um plano de saúde.
Trump ama a convergência, mas odeia a divergência. Diante das críticas, o governante perde a paciência, fundamental postura dos estadistas e homens públicos. O presidente hostiliza sistematicamente a imprensa de seu país. Nas coletivas de imprensa, ele interrompe as perguntas do interlocutor com a expressão: “Wait, wait, wait”. Corta a conclusão da pergunta – “Espere, espere, espere” – para demonstrar que já entendeu o recado, com um misto de despotismo e ironia.
NA ONDA DO MARKETING – Nos primórdios do governo, o primeiro homem Trump navega na esteira do marketing da recente campanha eleitoral, na qual venceu a candidata democrata Hillary Clinton. Mas, chegará a hora em que seus eleitores, cansados da propaganda, vão querer algo mais na direção da solução das suas vidas. Se a teoria não vier acompanhada da prática, aqueles que o apoiaram serão os primeiros a lhe virar as costas, então será tarde demais.
Nuvens negras ameaçam a humanidade. Por falta de estadistas, os cidadãos do mundo estão votando em amadores, que preferem criar realidades alternativos e virtuais, ao invés de encarar a verdade nua e crua dos fatos. Prenúncio de tragédias no horizonte!
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