sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Meirelles perguntou a Lula se aceitava receber pêsames de Temer


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Temer pediu licença para prestar solidariedade a Lula
Marina Dias e Cátia Seabra
Folha
Foi do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a missão de telefonar para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda na tarde de quinta-feira (2), e sondar a possibilidade de o petista receber Michel Temer no hospital Sírio-Libanês, onde sua mulher, Marisa Letícia, está internada desde o dia 24 de janeiro. Lula disse que não se opunha. Horas depois, diante do presidente, Meirelles e de outros ministros e parlamentares da comitiva de Temer, o petista mostrou disposição para o diálogo: “Pelo Brasil, falo com qualquer um”. Não era uma afronta. A conversa entre Temer e Lula durou 18 minutos, em que o presidente mais ouviu do que falou.
Em uma das salas do hospital Sírio Libanês, previamente revistada pela segurança presidencial, Lula agradeceu o gesto de Temer e disse que nunca mistura relação pessoal com divergência política.
“Disse isso para a Marta [Suplicy], que veio aqui hoje. Não é porque ela saiu do PT que vou esquecer que a conheço há 30 anos”, afirmou o ex-presidente.
CRÍTICAS DE LULA – Temer sorriu. Bastante formal, como de costume, o presidente ouviu de Lula críticas à reforma da Previdência e que o Brasil precisa “superar a crise e voltar a crescer gerando empregos”, fórmula repetida publicamente pelo ex-presidente.
O peemedebista, por sua vez, disse que estava “feliz” em ouvir aquelas palavras do adversário político. Em seguida, cumprimentou Lula, assim como todos os outros presentes, antes de deixarem o hospital em São Paulo.
Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AP), amigos de Lula e Temer, lideravam o grupo, composto pelos senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Eduardo Braga (PMDB-AM), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e pelos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil), Helder Barbalho (Integração Nacional), José Serra (Relações Exteriores), além de Meirelles.
HOSTILIDADES – Temer, ao chegar ao hospital às 22h30 desta quinta-feira, ao lado da grande comitiva, foi hostilizado por cerca de dez simpatizantes do PT, que o chamaram de “assassino” e “golpista” na entrada principal do Sírio Libanês.
Horas depois, ao saber da repercussão, Lula disse a aliados estar chateado com as manifestações e afirmou que não queria que a morte de sua mulher se tornasse um “espetáculo político”.
Ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Jaques Wagner (PT), que acompanhou a visita de Temer a Lula na quinta, afirmou que não se pode “propagar intolerância” e que, naquele momento, houve “gestos de solidariedade”.
VELÓRIO – Segundo boletim do Hospital Sírio Libanês, as avaliações começaram à 12h05 e serão concluídas às 18h05. Com os resultados em mãos, os médicos poderão prosseguir com os procedimentos de doação de órgãos.
O corpo da ex-primeira-dama será velado no sábado (4) no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP). A cremação está prevista para a tarde.
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