Por Agência Brasil | Fotos: Reprodução
Após
uma semana como presidente, Donald Trump falou neste sábado (28) por
telefone com vários líderes mundiais, em meio a um crescente alarme
internacional gerado por seus anúncios para limitar a imigração de
muçulmanos nos Estados Unidos. As informações são da Agência France
Presse.
Trump tem previsto se comunicar com
vários líderes estrangeiros: o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe; a
chanceler alemã, Angela Merkel; o presidente russo, Vladimir Putin; o
presidente francês, François Hollande; e o primeiro-ministro
australiano, Malcolm Turnbull.
Essas conversas darão a Trump uma
oportunidade de explicar suas novas políticas contra refugiados e
imigrantes, que causaram comoção em grande parte do mundo, em particular
o seu decreto para frear temporariamente as chegadas de refugiados e a
imposição de controles estritos para viajantes de sete países
muçulmanos.
Estas ligações também lhe permitem
começar a construir vínculos com Estados que são tradicionais aliados
dos Estados Unidos, assim como com a Rússia, país com o qual Trump
afirmou estar disposto a melhorar as relações durante seu mandato.
"Investigações extremas"
A medida sobre a imigração muçulmana
cumpre com uma das promessas mais polêmicas da campanha, quando Trump
disse que ia frear a imigração de cidadãos de vários países muçulmanos
que, segundo ele, são uma ameaça terrorista para os Estados Unidos, e
submeter viajantes estrangeiros dessas nações a "investigações
extremas".
"Isso é muito importante", disse o
presidente na sexta-feira, no Pentágono, depois de assinar a ordem
executiva intitulada "Proteção da nação contra a entrada de terroristas
estrangeiros nos Estados Unidos".
O decreto suspende o programa americano
de acolhida de refugiados durante, pelo menos, 120 dias, enquanto se
concretiza o futuro sistema de verificação de vistos. Também proíbe a
entrada nos Estados Unidos de viajantes procedentes de países de maioria
muçulmana - Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen - durante
90 dias.
Essas conversas darão a Trump uma
oportunidade de explicar suas novas políticas contra refugiados e
imigrantes, que causaram comoção em grande parte do mundo, em particular
o seu decreto para frear temporariamente as chegadas de refugiados e a
imposição de controles estritos para viajantes de sete países
muçulmanos.
Estas ligações também lhe permitem
começar a construir vínculos com Estados que são tradicionais aliados
dos Estados Unidos, assim como com a Rússia, país com o qual Trump
afirmou estar disposto a melhorar as relações durante seu mandato.
Retenções em curso
As autoridades não perderam tempo em
implementar a ordem de Trump para frear a chegada de muçulmanos, retendo
viajantes em aeroportos americanos poucas horas depois da assinatura
das novas medidas, informou a imprensa local neste sábado. O jornal The
New York Times assinalou que agentes aeroportuários começaram na
sexta-feira à noite a barrar viajantes depois do anúncio do decreto.
Durante a renovação do sistema de vistos
serão feitas algumas exceções a pessoas pertencentes a "minorias
religiosas", que favorecerão principalmente os cristãos.
Recurso judicial contra o decreto
Várias associações americanas de defesa
dos direitos civis logo reagiram e apresentaram um recurso judicial
contra o decreto assinado por Trump. A ação foi apresentada em um
tribunal federal de Nova York pela União Americana das Liberdades Civis
(ACLU) e outras associações depois que dois iraquianos foram detidos na
sexta-feira à noite no aeroporto JFK (Nova York) com base no decreto
recém promulgado.
As organizações solicitaram que o recurso
receba o status de demanda coletiva para poder representar todos os
refugiados e viajantes retidos com base na ordem executiva.
"'Investigações extremas' é apenas um eufemismo para discriminar os
muçulmanos", considerou Anthony Romer, diretor-executivo da ACLU.
Romero assinalou que o decreto viola a
proibição constitucional à discriminação religiosa ao escolher países
com maiorias muçulmanas para um tratamento mais restrito.
Ahmed Rehab, diretor da seção de Chicago
do Conselho de Relações Islâmico-Americanas, disse à AFP que seu grupo
ia empreender ações legais para lutar contra o decreto "com unhas e
dentes". "Está dirigido a pessoas se baseando em sua fé natural e em sua
origem nacional, e não em seu caráter ou criminalidade", advertiu Rehab
à AFP.
Vários líderes estrangeiros se
manifestaram contra esta nova política americana. O presidente iraniano,
Hasan Rohani, criticou Trump neste sábado sem nomeá-lo, afirmando que
não eram tempos para "construir muros", fazendo referência aos planos do
magnata.
"Já não estamos em uma época em que são
construídos muros entre as nações. Eles (os dirigentes americanos)
esqueceram que há uns anos o Muro de Berlim foi derrubado", disse Rohani
em um discurso. O primeiro-ministro turco, Binali Yildrim, criticou a
possibilidade de construir muros para solucionar conflitos.
"Não podemos resolver este problema dos
refugiados erguendo muros", disse Yildrim durante coletiva de imprensa
em Ancara junto com a primeira-ministra britânica, Theresa May, que está
de visita.
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