domingo, 29 de janeiro de 2017

Aluguéis para carnaval sofrem queda, mas alto luxo resiste por até R$ 30 mil


Ao menos 50% dos negócios são afetados por influência da crise, diz Creci.
Corretora afirma que crise não afeta unidades de alto padrão em Salvador.

Henrique MendesDo G1 BA
Apartamentos para alugar no circuito do carnaval em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1)Apartamentos para alugar no circuito do carnaval em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1)
A um mês do início do carnaval em Salvador, o mercado de aluguéis por temporada nos circuitos oficiais da festa vive uma instabilidade. A conselheira e diretora de eventos do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), Consuêlo Leal, estima que o cenário esteja afetando ao menos 50% dos negócios. Na contramão da "crise", há corretores de imóveis de alto padrão que relatam contratos de até R$ 30 mil feitos sem dificuldades.
Apartamentos para alugar no circuito do carnaval em Salvador (Foto: Henrique Mendes/G1)Conselho aponta redução no número de unidades
alugadas para período do carnaval de Salvador
(Foto: Henrique Mendes/G1)
Há 38 anos no mercado imobiliário, Consuêlo Leal conta que a procura por aluguéis de temporada tem enfrentado uma queda progressiva há pelo menos cincos anos.

Entre os fatores que marcam o começo dessa desaceleração estaria a crise enfrentada pela maior economia do mundo. "O turista estrangeiro, que vinha muito, parou de vir depois da crise nos Estados Unidos”, argumentou. A corretora acrescenta que a crise enfrentada pela economia nacional agravou esse cenário.
Sobre o carnaval deste ano, Consuêlo conta que os proprietários estão reduzindo vertiginosamente o valor dos aluguéis para poder fechar os negócios. "Tem imóvel que no ano passado foi alugado por R$ 7 mil e que o dono já mandou reduzir em 50%", explica.
Claro que há imóveis específicos, que tem procura bem maior, principalmente em Ondina. Hoje tem poucas opções de bom padrão, que tenha boa acomodação para todos.
Andréa Bulhões,
corretora de imóveis
Em relação à atuação no mercado, a conselheira do Creci acrescenta que de um cenário de 10 imóveis, conseguia, ao menos, alugar seis (60%) no período do carnaval. Neste ano, afirma que a procura não chega a 30%. "Tem alguns aluguéis que são fidelizados e que, normalmente, em agosto já começamos a ser procurados. Nesse ano, essas pessoas não me procuraram", afirmou.
Dona de um apartamento na Ladeira de Barra e outro na Graça, Luana Duarte confirma que a procura caiu esse ano. Até agora, só conseguiu alugar um dos imóveis, quando tradicionalmente já está com os contratos fechados com meses de antecedência.
"De fato, a procura diminuiu. Me parece que esse é o cenário para todos", acredita. Os apartamentos alugados por ela variam de R$ 7 mil (Graça) e R$ 14 mil (Barra) por um período de sete a dez dias. O imóvel da Barra já foi negociado.
Preparativos para o carnaval da Bahia em 2014 no Circuito Dodô (Barra/Ondina); oficialmente o carnaval de Salvador começou na quarta-feira (26), mas é nesta quinta-feira (27) que o prefeito ACM Neto entrega as chaves da cidade ao Rei Momo (Foto: Francisco Cepeda/AgNews)Área de camarotes em Ondina está entre mais
procuradas (Foto: Francisco Cepeda/AgNews)
Contramão da crise
Atuando com imóveis de alto padrão, que têm aluguéis de até R$ 30 mil, a corretora Andréa Bulhões expõe um cenário que vai na contramão da crise.
Ela afirma que a locação de apartamentos mais sofisticados está com o mercado aquecido. "Claro que há imóveis específicos, que tem procura bem maior, principalmente em Ondina. Hoje tem poucas opções de bom padrão, que tenha boa acomodação para todos ", explica.
Andreá diz que muitos turistas fazem questão de ficar o próximo possível dos melhores camarotes e, para isso, estão dispostos a pagar preços mais elevados. "A gente tem cobertura para oito pessoas na faixa de R$ 30 mil", exemplifica. Neste cenário, ela conta que de todas as opções que tem de aluguel, 90% dos negócios já estão fechados.
A corretora ainda afirma que alguns clientes têm usado a crise econômica com interesse de reduzir o valor dos aluguéis, mas têm ficado sem imóveis devido à alta procura. "Recebo por dia cerca de oito ligações. A procura não caiu, pelo contrário", festeja.

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