Obama expulsou 35 diplomatas russos por suposta interferência em eleição
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que "não vai expulsar" os diplomatas norte-americanos em resposta às ações de Washington. Comunicado informa que a "Rússia se reserva ao direito" de responder aos Estados Unidos, mas que não pretende fazer isso como uma "diplomacia irresponsável".
Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, entregou uma lista com 35 nomes de diplomatas norte-americanos que seriam declarados "persona non grata" pela Rússia.
De acordo com informações de Lavrov para a agência de notícias Tass, 31 deles vivem em Moscou e quatro em São Petersburgo. "Agiremos segundo o princípio da reciprocidade", teria afirmado Lavrov sobre a medida.
> Obama anuncia sanções contra Rússia e expulsa 35 diplomatas
Nesta quinta-feira (29), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama impôs sanções contra dirigentes do governo e da inteligência da Rússia por conta de suposta interferência do país na eleição vencida por Donald Trump. Para a Casa Branca, os cinco indivíduos e seis entidades afetados estão envolvidos em "significativas atividades cibernéticas maliciosas".
Além disso, o Departamento de Estado expulsou 35 diplomatas da embaixada de Moscou em Washington e do consulado em São Francisco, dando a eles e suas famílias 72 horas para deixarem o solo norte-americano.
Os russos também não terão mais acesso a dois complexos recreativos estatais situados em Maryland e Nova York. "Ciberativistas da Rússia tentaram influenciar a eleição, erodir a fé nas instituições democráticas dos EUA e levantar dúvidas sobre a integridade do nosso processo eleitoral", diz um comunicado da Casa Branca.
As sanções serão impostas pelo Departamento do Tesouro e atingirão o Diretório Principal de Inteligência (GRU) e o Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessora da KGB. Além disso, a lista inclui três companhias que deram apoio a operações do GRU, quatro oficiais da agência e dois civis acusados de "usar meios cibernéticos para causar a apropriação indevida de informações pessoais".
"Essas ações se seguem a repetidos avisos públicos e privados que nós demos ao governo da Rússia e são uma resposta necessária e apropriada aos esforços para prejudicar os interesses dos EUA", disse Obama por meio de uma nota.
A notícia de que o presidente estava estudando sanções contra Moscou surgiu na última quarta-feira (28), elevando a tensão com o Kremlin na reta final de seu mandato. Recentemente, a CIA afirmou que hackers russos vazaram emails do Partido Democrata para beneficiar Trump, que promete adotar uma postura mais amigável a Putin.
Divulgadas pelo WikiLeaks, as mensagens indicavam um suposto favorecimento da cúpula da legenda à candidata Hillary Clinton, em detrimento de Bernie Sanders. Segundo os serviços de inteligência dos EUA, o ataque cibernético teve o aval do próprio presidente da Rússia, que nega as acusações.
Ao assumir a Casa Branca, Trump colocará no Departamento de Estado o CEO da petrolífera Exxon Mobil, Rex Tillerson, que mantém boas relações com Putin.
* Da 'Ansa Brasil'
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