quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Ou Temer demite Padilha, Grace e Rocha, ou ficará inteiramente desmoralizado


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Padilha e Grace mentiram e colocaram Temer numa furada
Carlos Newton
Não dá mais para segurar. Logo após assumir, o presidente Michel Temer reuniu o ministério, deu um soco na mesa, disse que não admitiria irregularidades em seu governo, e até agora… nada. Os escândalos se sucedem, parece uma reprise da gestão do PT, e já caíram quatro ministros acusados de corrupção – Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
RASTRO DE SUSPEIÇÃO – O último a sair deixou um rastro de suspeição, que agora atinge mais dois ministros – Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Grace Mendonça, da Advocacia-Geral da União, ambos diretamente envolvidos na manobra promovida por Geddel para liberar o polêmico espigão em área nobre de Salvador, e o lobby também teve participação ostensiva do secretário de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.
Oportuna reportagem de Mariana Schreiber, da BBC Brasil, publicada nesta quarta-feira, mostrou que o esquema montado por Geddel era muito mais audacioso e ardiloso do que se pensava.
ELISEU E GRACE – Agora, ficou comprovado que Padilha e Grace estavam acumpliciados com Geddel e levaram o presidente Temer a se envolver no assunto e sugerir ao então ministro da Cultura, Marcelo Calero, que deixassse a AGU cuidar da questão. Geddel, Padilha, Grace e Rocha esqueceram de informar ao presidente que uma semana antes a AGU já havia se manifestado oficialmente, ao apresentar parecer definitivo contra a execução da obra em Salvador.
Geddel, Padilha, Grace e Rocha esconderam do presidente da República esse fato, fazendo com que ele se portasse de forma “inconveniente”, como o próprio Temer admitiu em seu diálogo com Calero, que está gravado e não pode ser desmentido.
TIMBRE DA AGU – A reportagem de Mariana Schreiber mostra que o parecer da procuradoria do Iphan, instância que representa a AGU no órgão, está datado de 9 de novembro, e o diálogo de Temer e Calero ocorreu no dia 16, uma semana depois. A BBC Brasil teve acesso ao documento, que inclusive tem o timbre da Advocacia-Geral da União.
Ficou comprovado, portanto, que Grace Mendonça jamais poderia afirmar que tomou conhecimento do assunto pelos jornais, que até então desconheciam a disputa envolvendo o prédio. A chefe da AGU também não podia ter alegado que a AGU ainda ia examinar a questão, pois o parecer já existia no processo, era fato consumado. Quatro funcionários de carreira da Advocacia-Geral da União, ouvidos pela BBC Brasil, disseram que uma revisão desse parecer nas atuais condições do processo fugiria totalmente aos trâmites normais do AGU.
SEM ALTERNATIVA – A existência dessa rede de intrigas, dentro do Palácio do Planalto, é inaceitável e coloca em risco a estabilidade do governo, em meio à mais grave crise econômico-social jamais vista.
O presidente Temer não tem mais alternativa. Ou demite Eliseu Padilha, Grace Mendonça e Gustavo Rocha, que o colocaram nessa situação indigna, ou estará completamente desmoralizado, mediante a confirmação de que também participou do conluio palaciano para favorecer os interesses pessoais do então ministro Geddel Vieira Lima. É pegar ou largar, como se dizia antigamente.
Temer precisa aparecer de nova na televisão, desta vez sozinho, e anunciar que o país tem um presidente da República e não está sendo governado por uma corja de picaretas.
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