Demorou, mas este
abominável representante do patrimonialismo brasileiro vira, enfim, réu
no STF. Renan Calheiros, exemplo típico da torpeza da política
brasileira de São Paulo para cima. Por enquanto, é réu por peculato. Mas
é só investigar que aí tem mais, muito mais:
Os ministros Marco
Aurélio Mello e Rosa Weber aceitaram integralmente a peça acusatória,
que também atribui a Renan Calheiros os crimes de falsidade ideológica e
uso de documento público falso.
Os ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski rejeitaram a acusação da PGR integralmente.
Nove anos de investigações
Em junho de 2007, a
jornalista Mônica Veloso, com quem Renan teve uma filha fora do
casamento, revelou com exclusividade a VEJA que teve despesas pessoais
pagas por Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior. Segundo
ela, os pagamentos eram realizados em dinheiro vivo e quase sempre
feitos no escritório da empreiteira em Brasília.
Mônica contou que
recebeu os valores de março de 2004 a novembro de 2005. Começou com
40.000 reais para pagar um ano de aluguel antecipadamente – na verdade,
43.200 reais, pagos em 15 de março de 2004, conforme recibo da
imobiliária obtido por VEJA.
Além disso, ela
recebeu pensão mensal de 8.000 reais e, de agosto de 2004 a março de
2005, mais 2.800 reais para pagar a empresa de segurança devido a
ameaças de morte anônimas que teria recebido. De março de 2005 em
diante, quando trocou a casa por outro apartamento, além da pensão de 8
000 reais, foram incorporados 4.000 reais para o aluguel, num total de
12.000 reais mensais.
Renan nega todas as acusações.
Réu na linha sucessória
Em novembro, seis dos
oito ministros do STF votaram a favor da ação apresentada pelo partido
Rede Sustentabilidade de que réus não poderão ocupar cargos na linha de
sucessão presidencial, que inclui os presidentes da Câmara e do Senado.
A sessão, no entanto,
foi suspensa após pedido de vistas do ministro Dias Toffoli. Na
ocasião, os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Luís Roberto
Barroso não estavam presentes na sessão. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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