Costuma dar errado celebrar a vitória antes do apito final. Michel Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia proclamaram domingo o pacto contra a anistia ao caixa dois e demais velhacarias quase aprovadas pela Câmara na semana anterior. Peito estufado e sorrisos a mais não poder, anunciaram que não haverá perdão para crimes eleitorais, na votação marcada para amanhã.
Seria bom que tivessem aguardado alguns dias antes das comemorações, porque continuam majoritárias as bancadas que a qualquer custo tentam escapar das punições por conta do conluio entre a Odebretch e a classe política. Está para ser divulgada a lista da empreiteira, com quase duzentos deputados envolvidos na tramoia. Eles tentaram e continuarão tentando incluir no projeto a ser votado nesta terça-feira artifícios capazes de livrá-los da perda de mandatos e sucedâneos. Mesmo que afastada a torpe anistia, encontrarão meios igualmente pérfidos para sobreviver.
É bom os três presidentes tomarem cuidado. Contam com o apoio do Supremo Tribunal Federal mas necessitam aprovar uma série de projetos ligados à recuperação econômica. No mínimo, os deputados pró-anistia poderiam não comparecer às votações.
DIÓGENES E ALEXANDRE – Nunca será demais repetir o diálogo entre Diógenes e Alexandre. Depois de tornar-se um dos maiores advogados de seu tempo, o grego decidiu mudar de vida. Distribuiu seus bens, que não eram poucos, tornando-se filósofo. Passou a morar num barril e viver da caridade dos atenienses.
Alexandre havia conquistado Atenas, iniciando a trajetória que o faria Senhor do mundo. Antes de partir, impressionado com a fama de Diógenes, foi visitá-lo. Indagou do que necessitava, pronto para dar-lhe fortunas, palácios e tesouros. Postando-se diante do filósofo, ouviu dele: “Majestade, não me tire aquilo que não me podes dar.”
O jovem olhou em volta e viu que se tinha colocado diante do velho, que tomava sol, impedindo luz e calor chegarem a Diógenes…
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