domingo, 27 de novembro de 2016

Grupo faz ato contra a vaquejada na rodoviária do Plano Piloto, no DF


Com máscaras de cavalo e cartazes, grupo caminhou até a Torre de TV.
Ato ocorre quase dois meses após STF julgar 'tradição' inconstitucional.

Alexandre BastosDo G1 DF
Grupo carrega faixas com mensagens contrárias à vaquejada durante protesto na rodoviária do Plano Piloto neste domingo (27), em Brasília (Foto: Thiago Vilela/Arquivo Pessoal)Grupo carrega faixas com mensagens contrárias à vaquejada durante protesto na rodoviária do Plano Piloto neste domingo (27), em Brasília (Foto: Thiago Vilela/Arquivo Pessoal)
Manifestantes contrários à realização de vaquejadas promoveram um ato na tarde deste domingo (27) na rodoviária do Plano Piloto, em Brasília. Com faixas, máscaras de animais e camisetas, o grupo pedia pelo "fim da violência animal". O movimento não causou impacto no trânsito do Eixo Monumental.

A organização do ato estimou a presença de 70 pessoas, e a Polícia Militar, de 30 manifestantes. O grupo seguiu em marcha pela calçada, do terminal rodoviário até a Torre de TV. A ação faz parte de uma mobilização nacional contrária à atividade e busca "reforçar a cultura de paz", segundo os organizadores.
"Existe uma pressão do Congresso Nacional para defender que a vaquejada é cultura, o que é contrário ao entendimento do Supremo Tribunal Federal. Por isso, promovemos o ato no país inteiro. Se já está julgado e comprovado que é algo prejudicial aos animais, então não é cultura", afirma a sanitarista e especialista em administração pública Andrezza Birolo.
Na Torre de TV, o grupo entregou panfletos para visitantes de um evento culinário que estava sendo realizado no local. Após a caminhada, o grupo retornou à Rodoviária do Plano Piloto, onde era previsto o término do ato.
Grupo caminha em direção à Torre de TV, em Brasília, durante protesto contra a vaquejada neste domingo (27), em Brasília (Foto: Thiago Vilela/Arquivo Pessoal)Grupo caminha em direção à Torre de TV, em Brasília, durante protesto contra a vaquejada neste domingo (27), em Brasília (Foto: Thiago Vilela/Arquivo Pessoal)
Há um mês, vaqueiros e trabalhadores de vaquejadas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, na área central de Brasília, para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tornou inconstitucional a prática do esporte no país. De acordo com a Polícia Militar, 3 mil pessoas, com 410 caminhões, 1,2 mil cavalos, 53 ônibus e 114 carros participaram do ato.
A vaquejada é uma tradição cultural nordestina na qual um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros montados a cavalo tentam derrubá-lo dentro de uma área estabelecida e marcada por cal. Segundo as regras do esporte, a derrubada só é considerada válida se o boi cair, ficar com as quatro patas para cima e se estiver na área delimitada. Dependendo do local da queda, pontos são somados ou não a dupla.
Inconstitucionalidade
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 6 de outubro derrubar uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada. Por 6 votos a 5, os ministros consideraram que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.
O governo do Ceará dizia que a vaquejada faz parte da cultura regional e que se trata de uma atividade econômica importante e movimenta cerca de R$ 14 milhões por ano. Apesar de se referir ao Ceará, a decisão servirá de referência para todo o país, sujeitando os organizadores a punição por crime ambiental de maus tratos a animais. Caso algum outro estado tenha legalizado a prática, outras ações poderão ser apresentadas ao STF para derrubar a regulamentação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário