domingo, 30 de outubro de 2016

Temer comemora o “pacto” dos três poderes (que de fato nada representa)


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Charge do Elvis, reprodução do Humor Político
Deu em O Tempo
(Agência Estado)
Em um breve pronunciamento, o presidente Michel Temer comemorou o fato de reunir os chefes dos três Poderes e autoridades ligadas à segurança para debater e promover uma atuação significativa em tema que preocupa a sociedade brasileira. Temer disse que realizou “uma coisa inédita” e que haverá reuniões periódicas a partir de agora.
Temer disse que o clima da reunião foi de “harmonia absoluta e responsabilidade”. “Nós não pararemos na reunião de hoje (sexta-feira, 28). Estabelecemos reuniões periódicas, talvez a cada três ou quatro meses faremos uma reunião de avaliação daquilo que está acontecendo na segurança pública”, disse. Temer sinalizou que poderá haver reuniões posteriores com governadores e secretários de segurança pública, particularmente para tratar da questão do sistema penitenciário
O presidente lembrou que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que as verbas do fundo penitenciário não podem ser contingenciadas e o governo federal determinou a liberação de R$ 788 milhões para a área de segurança. Ele explicou que o fundo de segurança pública será utilizado para o aprimoramento e construção de penitenciárias.
RENAN E CÁRMEN – Protagonista do tensionamento instaurado nos últimos dias entre representantes dos Três Poderes, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aproveitou o evento promovido pelo presidente Michel Temer para distribuir afagos na presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.
Renan e Lúcia trocaram farpas públicas após o senador chamar de “juizeco” o juiz titular da 10ª Vara Federal do DF, Vallisney de Souza Oliveira, responsável por autorizar a Operação Métis, deflagrada na última sexta-feira, 21, nas dependências do Senado
“Foi um reunião muito produtiva. Eu aproveitei a oportunidade para cumprimentar respeitosamente a presidente Cármen Lúcia em nome do Congresso e do povo de Alagoas. Disse que tinha muito orgulho e que ia levar isso para a vida toda o fato de conviver com ela como presidente do Supremo Tribunal Federal. Ela hoje é exemplo do padrão de caráter a ser seguido pelos brasileiros”, afirmou Renan à reportagem, após deixar o encontro.
PÁGINA VIRADA – Questionado se a partir da reunião de hoje, em que foram discutidas algumas propostas para a segurança pública, o imbróglio poderia se considerado “página virada”, o senador respondeu: “Clima foi ameno e respeitoso. A reunião foi muito boa. Fizemos algumas sugestões e o encontro é um exemplo a ser seguido. Mas não sei o que vai acontecer”.
O evento, realizado no Ministério de Relações Exteriores, também contou com a presença do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. No meio do tensionamento entre os representantes dos Três Poderes, o ministro declarou que os agentes do Senado haviam extrapolado as suas competências ao realizarem supostas ações de contrainteligência para prejudicar investigações da Polícia Federal. As declarações do ministro revoltaram Renan que o chamou de “chefete de polícia” em entrevista coletiva.
No mesmo dia, o senador disse que teria dificuldades de participar de qualquer encontro com o ministro. Ao ser o questionado sobre o episódio, Renan minimizou e ressaltou que irá exercer o cargo dele de forma plena. “Meu cargo não possibilitada isso. Tenho que exercê-lo na plenitude, até o final. Sentei com ele e com todos os ministros, porque isso é impessoal. O importante é focar no interesse nacional”.

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