domingo, 30 de outubro de 2016

Pulverização de partidos pode atingir recorde nas eleições deste domingo


Resultado de imagem para novos partidos charges
Charge do Duke, reprodução da Charge Online
Felipe Bächtold
Folha
O segundo turno das eleições neste domingo pode marcar uma fragmentação inédita de partidos no comando das principais cidades brasileiras. Ao final do segundo turno, um total de 17 partidos pode sair vitorioso das urnas em capitais, um expressivo aumento em relação às atuais dez legendas que estão no comando dessas prefeituras. Partidos criados nos últimos anos, como a Rede, podem conseguir suas primeiras vitórias municipais de destaque. Legendas de menor expressão no cenário político nacional, como o PHS, têm grandes chances de eleger um prefeito pela primeira vez em sua história nessas médias e grandes cidades.
Candidatos conhecidos do eleitorado, mas sem espaço em grandes partidos, optaram por siglas nanicas nesta eleição. São os casos de Rafael Greca, que foi prefeito de Curitiba nos anos 1990 pelo PDT e agora está no PMN, e do ex-cartola do Atlético-MG Alexandre Kalil, que estreia na política e se filiou apenas neste ano ao PHS.
OUTRAS CIDADES – Em Vitória, o apresentador de TV e deputado estadual em primeiro mandato Amaro Neto, do Solidariedade, enfrenta no segundo turno seu ex-partido, o PPS.
O PSOL, mesmo sem conseguir participar de debates no início da campanha por causa da diminuta bancada no Congresso, pode conquistar dois dos maiores municípios do país – Rio, onde tem pouca chance, e Belém.
Se vencer em ambas, passará em capitais governadas o PT, partido que abrigava seus fundadores antes de serem expulsos, em 2003. O PT venceu no primeiro turno em Rio Branco e ainda está na disputa em Recife. Na eleição de 2004, petistas e tucanos venceram ao todo em 14 das 26 capitais.
MAIS PARTIDOS – O fenômeno da fragmentação reflete a expansão do número de siglas pelo país, que também marcou a eleição para vereadores e pequenas prefeituras pelo país. Além da Rede, ganharam registro no último ano o Partido Novo e o PMB (Partido da Mulher Brasileira), que já elegeu três prefeitos.
Das 35 siglas registradas no Tribunal Superior Eleitoral, apenas quatro não conquistaram prefeituras no primeiro turno e duas –PCO e PSTU– não elegeram candidatos às Câmaras.
Pelo Brasil, somente sete partidos superaram a marca dos 2% dos votos válidos para vereador – o mais votado foi o PMDB.
CLÁUSULA DE BARREIRA – Uma proposta de cláusula de barreira em discussão no Congresso prevê que os partidos só tenham acesso a fundo partidário e tempo de TV se conseguirem superar os 2% dos votos válidos para deputado federal em 2018, com no mínimo de 2% também em 14 Unidades da Federação.
No primeiro turno, o PMDB também foi o partido que mais fez prefeitos – foram 1.029 eleitos, o equivalente a 18% dos municípios brasileiros. Os tucanos elegeram 790.
MENOS REELEIÇÕES – Em meio à crise, a eleição deste domingo também pode registrar a pior taxa de reeleição entre os prefeitos das capitais. Dos 20 candidatos que buscavam renovar o mandato, cinco foram eliminados já na primeira votação. Sete venceram no primeiro turno e outros oito ainda estão na disputa no segundo.
A eleição municipal de 2012 teve até aqui o percentual mais baixo de reeleitos em capitais desde que a emenda da reeleição foi aprovada, em 1997. Quatro dos oito prefeitos candidatos acabaram se mantendo no cargo – aproveitamento de 50%. Em campanhas anteriores, o recorde foi de 95% em 2008.

Posted in

Nenhum comentário:

Postar um comentário