São Paulo e Rio são as duas capitais mais importantes do país. Vamos ficar nas eleições de prefeito para concluir que anda tudo de cabeça para baixo, começando pelos candidatos, que sem exceção pertencem todos ao segundo time. Não sobra um com capacidade para gerir as intrincadas necessidades de paulistanos e cariocas. Tome-se, a 24 horas da votação, a falta de sintonia entre os pretendentes e seus padrinhos.
Em São Paulo, imaginou-se que o apoio do Lula serviria para alavancar Fernando Haddad. Deu o contrário, a ponto de o candidato entrar em curva descendente nas pesquisas assim que o primeiro-companheiro aventurou-se a apoiá-lo. Marta Suplicy caiu quando o eleitorado percebeu que Michel Temer caracterizou-se como seu cabo eleitoral. Celso Russomano perdeu o primeiro lugar na reta de chegada pela falta de substância de seus partidários. Por último, João Doria, também perdendo pontos quando identificado com o governador Geraldo Alckmin. Quer dizer, tudo às avessas.
No Rio, Jandira Feghali ficou para trás depois de Dilma Rousseff aparecer a seu lado. Aconteceu o mesmo com Osório diante de Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves. Marcelo Crivella entregou percentuais ao visitar o cardeal Orani Tempesta e Marcelo Freixo ao aproximar-se do PT.
MAUS PADRINHOS – De duas, uma: ou os padrinhos perderam força e prestígio ou os candidatos escolheram mal. Mas tem pior entre os despreparados para as prefeituras, porque o índice de rejeição de cariocas e paulistanos superou de muito as respectivas aprovações.
Haddad emplacou 13% das preferências, contra 41% que de jeito nenhum votarão nele. Marta pontuou 13% pró e 29% contra. Celso Russomano, 22 a 24. João Doria é a exceção à regra: 24 a 22.
Em suma, se milagres não sobrevierem, os eleitores de São Paulo e do Rio demonstram estar muito mais contra do que a favor. Quem se eleger carregará muito mais repúdio do que ovações. A tentação é de concluir que um dos dois se encontra de cabeça para baixo: o eleitorado ou os candidatos.
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