sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O faixa preta em judô que virou cervejeiro


Judoca se apaixona por cerveja fora do Brasil e, depois da aposentadoria do esporte, abre brewpub em Santa Catarina.

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cervejeiros_faixapreta1 (Foto: Canarinho Press)Renildo fez sucesso no judô e depois virou cervejeiro em Santa Catarina.
Em janeiro de 1990, Renildo Nunes fez história nos tatames da Bulgária com a conquista da primeira medalha do Brasil em competições internacionais na categoria meio-médio: o bronze. Uma semana depois, ganhou outra medalha, dessa vez de prata, na Alemanha. Nos dois países, levado para fazer o exame antidoping, ele provou cervejas que até então não conhecia. A bebida era oferecida aos atletas para incentivá-los a urinar mais rápido. Havia também a água, mas Renildo queria descobrir o gosto das cervejas búlgaras e alemãs. Ali nascia uma paixão que transformou o esportista em cervejeiro. Depois de deixar as competições, o judoca criou a cervejaria Faixa Preta, em Santo Amaro da Imperatriz, cidade da Grande Florianópolis.
cervejeiros_faixapreta7 (Foto: Canarinho Press)Cervejaria promete novos estilos para os próximos meses.
As cervejas apareceram na vida de Renildo no exterior e quando ele já era adulto. O judô veio bem antes. O paulistano pisou pela primeira vez num tatame aos 9 anos – e dali não sairia mais. Aos 12, já venceu o Campeonato Brasileiro na categoria juvenil. Logo surgiu o convite para integrar a equipe do Clube Pinheiros. Renildo treinava e competia com feras do esporte, que depois virariam medalhistas olímpicos. Os resultados dele também não demoraram a aparecer. Ele conquistou cinco títulos estaduais em São Paulo e dois brasileiros. Em 1985, ganhou bronze em sua primeira participação no Pan-Americano Júnior, na Cidade do México. O judoca rodou o mundo competindo até mudar-se para Florianópolis, no fim dos anos 80.
cervejeiros_faixapreta2 (Foto: Canarinho Press)Ele conheceu mais sobre cerveja após competições na Bulgária e na Alemanha.
Judoca, árbitro de futebol, professor e cervejeiro
Renildo dedicou a maior parte da vida ao judô. Ao todo, o esporte lhe rendeu cerca de 400 medalhas e troféus. Entre suas maiores conquistas estão os cinco títulos brasileiros – individual e por equipes – e as 15 medalhas internacionais. Além de judoca, tornou-se árbitro da Federação Catarinense de Futebol nos anos 1990. Depois, virou professor de Educação Física e fez mestrado.
E a cervejaria Faixa Preta? Renildo lembra dos exames antidoping em competições fora do país e da curiosidade pelas cervejas especiais. Por isso, resolveu aprender a produzir. Os primeiros degustadores foram os amigos, nos encontros em casa. Ao perceber que levava jeito, investiu em um curso de Técnico em Cervejaria no Senai de Vassouras (RJ). “Em casa tinha uma visão romântica. Lá (curso), tive uma visão de negócio”, conta.
cervejeiros_faixapreta3 (Foto: Canarinho Press)Renildo tem um pub e produz cerveja ao lado da esposa, a publicitária Cleide Marchi.
O brewpub que é faixa preta 
Há três anos, Renildo e a esposa, a publicitária Cleide Marchi, 36 anos, resolveram encarar o desafio de fabricar e comercializar uma cerveja inspirada no judô e no rock – uma das paixões do casal. Às margens da SC-282, em Santo Amaro da Imperatriz (SC), ergueram um brewpub – bar que produz a própria cerveja, inspirado em pubs dos EUA. “Só vendemos o que é fabricado aqui”, frisa Renildo.
O brewpub Faixa Preta tem o esporte em seu DNA. O nome, que no judô é o grau mais alto que um atleta pode chegar, estampa copos e bolachas de chope – são mais de 80 modelos. A produção chega a 20 mil litros por mês. Quatro estilos de cervejas são produzidos nos tanques, instalados em uma sala ao lado do bar, cercada de vidros. “Vamos lançar dois estilos novos até dezembro”, projeta Renildo, que ainda mantém segredo.
O judoca-cervejeiro mostra que as mesmas mãos que derrubavam adversários mundo afora têm talento para fabricar cerveja.
cervejeiros_faixapreta4 (Foto: Canarinho Press)Depois de rodar o mundo ganhando medalhas com o judô, Renildo agora se dedica à vida de empresário cervejeiro.
As cervejas
Hajime – no mundo do judô significa início da luta
Cerveja tipo Lager, apresenta cor dourada e um leve amargor, porém conserva a maciez que é sua característica. O realce entre o malte e o lúpulo se destacam até o fim. Volume alcoólico de 4.6%.
Grand Shihan – significa grande mestre.
De coloração naturalmente turva por não ser filtrada, estilo weiss, os leves toques cítricos no equilíbrio do suave aroma de banana e cravo sugerem leveza à receita. Contém variedades de lúpulos e dois tipos de maltes especiais. Sua textura é suave e possui boa intensidade de sabor. É refrescante e bem agradável de  beber. Tem volume alcoólico de 4.8%.
cervejeiros_faixapreta5 (Foto: Canarinho Press)Cervejaria Faixa Preta produz quatro estilos com nomes inspirados no judô.
Dragon Rock (dunkel) – cerveja inspirada na cultura japonesa e no rock (estilo musical da cervejaria)

De cor negra e espuma clara e cremosa, essa dunkel weiss é uma cerveja com notas levemente torradas remetendo a chocolate amargo e café. Apesar da potência de 6.5% alcoólicos, é uma cerveja leve e elegante.
Lord Dan (dubbel) – tem o significado de grau nobre

Cerveja de alta fermentação, de cor vermelha profunda, com espuma também avermelhada, densa e persistente. Essa é uma interpretação de um estilo de cerveja de Abadia, com notas intensas de caramelo e chocolate equilibrados com o tostado. Os aromas são provenientes da seleção de maltes e cereais especialmente selecionados para essa receita. A leve sensação de amargor também se faz presente para manter o equilíbrio da bebida. Volume alcoólico de 8.2%.
cervejeiros_faixapreta6 (Foto: Canarinho Press)Frequentadores do pub podem ver a produção da cerveja.
 
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