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Artigos - Globalismo
Artigos - Globalismo
O
globalismo político exige o sacrifício das particularidades culturais e
políticas dos povos que hoje estão sob o abrigo de seus próprios
estados nacionais, que sempre foram usados para defender exatamente essa
independência e particularidades.
O noticiário diário, controlado por pessoas ideologicamente comprometidas com as ideias da esquerda, fala-nos de globalização como se o léxico tivesse um único significado. Com efeito, quando falam em globalização normalmente os órgãos de imprensa se referem a aspectos do comércio internacional e transações financeiras, movimento de pessoas e imigração, sem dar maiores explicações sobre outras coisas que estão implícitas na expressão. Quase nunca se vê no noticiário o aspecto político da outra globalização, aquela que propõe a integração política de todas as nações do Globo e a extinção equivalente dos Estados nacionais como entidade autônoma.
Esse
processo político é, na verdade, a maior ameaça que paira sobre a
humanidade desde a origem, uma vez que tal entidade política mundial não
poderia ser outra coisa que não uma ditadura de uma elite burocrática
iluminada que governaria acima e além dos anseios de liberdade das
pessoas. Seria uma ditadura de fazer empalidecer qualquer outra do
passado, desde a estrutura imperial do antigo Egito. O próprio processo
de fazer desaparecer as instâncias autônomas nacionais não poderia ser
pacífico, pois precisariam ter suas forças de defesa destruídas. A
campanha eleitoral que se desenvolve nos EUA no momento trouxe à baila o
embate das forças antagônicas em luta, Hillary representando a elite
globalista que propõe o governo mundial – na verdade, uma ditadura
policial feroz sobre toda a gente – e Trump representando as forças que
defendem a autonomia das instâncias nacionais.
Uma
boa verbalização desses (maus) propósitos pode ser lida na encíclica
Laudato Si, do Papa Francisco, que predica, a propósito da questão
ambiental, tão cara aos globalistas:
“174.
Mencionemos também o sistema de governança dos oceanos. Com efeito,
embora tenha havido várias convenções internacionais e regionais, a
fragmentação e a falta de severos mecanismos de regulamentação, controle
e sanção acabam por minar todos os esforços. O problema crescente dos
resíduos marinhos e da protecção das áreas marinhas para além das
fronteiras nacionais continua a representar um desafio especial. Em
definitivo, precisamos de um acordo sobre os regimes de governança para
toda a gama dos chamados bens comuns globais.175. A lógica que dificulta a tomada de decisões drásticas para inverter a tendência ao aquecimento global é a mesma que não permite cumprir o objectivo de erradicar a pobreza. Precisamos duma reacção global mais responsável, que implique enfrentar, contemporaneamente, a redução da poluição e o desenvolvimento dos países e regiões pobres. O século XXI, mantendo um sistema de governança próprio de épocas passadas, assiste a uma perda de poder dos Estados nacionais, sobretudo porque a dimensão económico-financeira, de carácter transnacional, tende a prevalecer sobre a política. Neste contexto, torna-se indispensável a maturação de instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas, com autoridades designadas de maneira imparcial por meio de acordos entre os governos nacionais e dotadas de poder de sancionar.
O
papa não esconde sua crítica ao “sistema de governança próprio de
outras épocas”, ou seja, o Estado nacional como ele é. Defender
“instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas” não
passa da defesa explícita desse totalitarismo mundial nascente. Não
espanta que o chefe da Igreja Católica se sinta tão à vontade para
defender tal alucinação política, pois a Igreja foi invadida e tomada
pelas ideias comunistas desde meados do século passado, assassinado
dessa forma sua própria tradição. O Papa Francisco é o apogeu, o epitome
desse processo, fazendo da Igreja Católica a vanguarda das forças
“progressistas” que pugnam pela globalização. Não preciso dizer que isso
significa a auto destruição da instituição romana e a negação de seu
papel teológico, a simples subordinação do pontífice e da própria Igreja
ao reino desse mundo, tão denunciado nos textos evangélicos.
Essa
globalização que está em pauta, tão deletéria e perigosa, esconde
outra, que ocorreu principalmente desde o século XIX, que é a integração
econômica. Veja-se que esta globalização não implica naquela outra
defendida por Hillary Clinton e pelo papa. Aliás, ela foi obra da
Inglaterra, cuja Coroa aceitou os preceitos dos grandes economistas do
Reino Unido daquele século, notadamente Smith e Ricardo. Com efeito, a
globalização econômica transfere a toda a humanidade os benefícios da
divisão do trabalho e da elevação da produtividade automaticamente, via
mecanismos de preços, fato que, para demonstrar, demandou o esforço
teórico daqueles grandes gênios da ciência econômica. Sem ela, o mundo
se entraria ainda em meio à miséria dos tempos antigos.
Aceitar
a globalização à inglesa, que é o pressuposto da prosperidade
econômica, não implica em defender a globalização política. Ao
contrário, os ingleses de ontem e os de hoje se irmanaram para a defesa
de seu Estado nacional na histórica votação do Brexit. Deram um sonoro
“Não!” ao governo mundial, o que todos os países deveriam fazer de forma
expedita. As eleições nos EUA colocam a disputa nos mesmos termos e é
evidente que o triunfo eventual de Hillary Clinton seria um passo
gigantesco no rumo da ditadura policial globalista.
O
globalismo político exige o sacrifício das particularidades culturais e
políticas dos povos que hoje estão sob o abrigo de seus próprios
estados nacionais, que sempre foram usados para defender exatamente essa
independência e particularidades. Por isso o inimigo principal dos
globalistas políticos é o Estado nacional ele mesmo. Desde 1945 estão
homogeneizando passo a passo os marcos jurídicos nacionais. Nós mesmos
aprovamos, como se emeda constitucional (Emenda Constitucional 45)
fosse, de forma automática, ditames de instâncias coletivas
internacionais. Direitos humanos plásticos e elásticos que mudam
permanentemente e que, mais das vezes, nem direitos humanos são,
inclusive com o tema bisonho do ambientalismo, se tornaram o flagelo da
nossa gente nas decisões do STF desde então. É com esse truque verbal
que os globalistas estão avançando de forma inexorável, daí a
importância histórica do Brexit e das eleições nos EUA.
Embaralhar
o significado das coisas é a arte de engodo dos globalistas, a começar
mesmo pelo significado da palavra globalização. Ela é boa e bem vinda
nos termos de Smith e Ricardo. Ela é nefasta e deletéria nos termos
papais e da candidata Hillary Clint. Nunca foi tão atual a advertência
do Cristo ao dizer: “Orai e vigiai”. A ameaça satânica do “reino desse
mundo”, a Babilônia do Apocalipse, nunca foi tão presente.
Quem viver verá.
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