Caro
leitor, pense nisso antes de votar em algum candidato do Psol, PSTU,
PT, PCdoB e outros ninhos de embusteiros ideológicos. Segue texto de
André Pereira Gonçalves:
Há
uma constante em minhas conversas e debates com socialistas e
comunistas: sempre que debatemos as consequências práticas (e trágicas)
do comunismo e do socialismo implantados em outros países, a resposta
uniforme é a de que "aquilo não representa o comunismo/socialismo
verdadeiro".
Stálin não era um comunista de verdade. Nem Mao. Pol-Pot, muito menos. Castro
até tentou, mas se desviou. Tito? Nem sei quem é. Chávez — até três
anos atrás, ídolo de onze em cada dez socialistas —, então, tornou-se um pária. O grego Alexis Tsipras nem sequer pode ser rotulado de socialista.
Todos esses deturparam Marx, o comunismo e o socialismo.
Frases
como essa, bem como suas variáveis, podem ser ouvidas amiúdes, tanto
nas mídias sociais quanto nos debates públicos. Algumas pessoas,
inclusive, vão mais além e dizem que o próprio Marx era um "falso
comunista" — no entanto, considerando-se que Marx, ao final da sua vida,
quando via o que as pessoas faziam em seu nome, já não se dizia
marxista, esta última afirmação tem até um quê de verdade.
O
problema é que, se levarmos a sério essas frases, jamais saberemos o
que realmente é o comunismo e o socialismo. Quando faço essa pergunto
direta, obtenho respostas tão esclarecedoras e úteis quanto um fósforo
usado.
"Socialismo de verdade é ser a favor do povo".
"Socialismo verdadeiro é ser contra a opressão".
"Socialismo genuíno é ser a favor da igualdade".
"Socialismo verídico é ser contra o capitalismo". (Esta última é a mais precisa).
Em
algumas raras ocasiões, há menções a medidas mais concretas, como
aumento dos gastos com assistencialismo, aumento de impostos sobre os
ricos (sem se definir exatamente o que seja um "rico"), aumento do
salário mínimo, e até mesmo a estatização dos meios de produção,
principalmente dos bancos (o que mostra ignorância acerca do fato de que
o governo não apenas já controla os bancos por meio do Banco Central,
como também é responsável por metade do crédito da economia, e comconsequências trágicas).
No
entanto, o que é realmente indelével é o fato de que os comunistas e
socialistas vivem em uma contradição insanável. Se, de um lado, eles se
dizem a favor de eliminar a exploração, a opressão e a desigualdade, de
outro, eles propõem que a maneira de se fazer isso é concedendo poderes
absolutos ao estado.
Ou
seja, a maneira de acabar com a opressão, a exploração e a desigualdade
é atribuindo ainda mais poderes exatamente à instituição que explora, oprime e gera todas as desigualdade observáveis.
Essa
contradição é tanto mais inexplicável quando se observa que os
primeiros movimentos comunistas e socialistas construíram-se
frequentemente em oposição ao estado. O estado era visto como o
instrumento da burguesia. Era o estado quem mantinha a exploração viva,
quem impedia aos proletários de serem autônomos com as suas cooperativas
e arranjos de ajuda mútua.
[N.
do E.: Marx defendia o fim do estado e profetizou que o estado
desapareceria sob o comunismo. Mas ele nunca explicou como ou por que
isso iria acontecer. Sua teoria era bizarra. Ele dizia que, para
abolir o estado, era necessário antes maximizá-lo. A ideia era que,
quando tudo fosse do estado, não haveria mais um estado como entidade
distinta da sociedade; se tudo se tornasse propriedade do estado, então
não haveria mais um estado propriamente dito, pois sociedade e estado
teriam virado a mesma coisa, uma só entidade — e, assim, todos estariam
livres do estado.
O
raciocínio é totalmente sem sentido. Por essa lógica, se o estado
dominar completamente tudo o que pertence aos indivíduos, dominando
inclusive seu corpo e seus pensamentos, então os indivíduos estarão
completamente livres, pois não mais terão qualquer noção de liberdade —
afinal, é exatamente a ausência de qualquer noção de liberdade que o
fará se sentir livre.]
Dado
que os comunistas e socialistas de hoje defendem o estado máximo, em
oposição aos comunistas e socialistas de antigamente que defendiam sua
abolição, isso significa eles viraram estatistas. Eles são, no fundo,
os novos privilegiados. São defensores supremos da ordem estabelecida.
Traíram os seus valores.
Socialista coerente é um paradoxo
Por
mais incrível que pareça, a única forma de fazer uma defesa minimamente
coerente do comunismo e do socialismo é recorrendo a pressupostos
liberais.
Por exemplo, como querem incentivar a partilha de bens se defendem impostos que roubam metade da renda?
Como querem combater os "grandes capitalistas" se eles próprios defendem todos os tipos deprotecionismos, subsídios e reservas de mercado às grandes empresas?
Como querem acabar com a desigualdade de renda se defendem a existência de um Banco Central queprotege e sustenta a expansão do crédito feita pelos grandes bancos, a qual é a principal causa da desigualdade de renda?
Como querem libertar os pobres da opressão se criam todos os tipos de dificuldades e empecilhos para que eles arrumem emprego e tenham aumentos salariais?
Como
querem que os pobres enriqueçam se eles não podem empreender
livremente, sem se submeter a regulamentações onerosas e a burocracias
estatais que só fomentam a corrupção e engordam o caixa dos ratos?
Como
irão convencer os trabalhadores a se libertarem da "opressão do
trabalho assalariado" e a criarem cooperativas e esquemas de auxílio
mútuo sem defender a livre iniciativa? Sem defender a liberdade de
associação? Como querem que isso aconteça se não existe a liberdade
para eles se organizarem como entenderem, sem amarras burocráticas,
tributárias, regulatórias e sindicais?
Como querem convencê-los a embarcar nesses projetos por meio da força?
Impossível fazer tal defesa sem recorrer a idéias liberais.
O
real problema é este: os socialistas e comunistas viraram estatistas.
Se eles estivessem verdadeiramente preocupados com os pobres e com o fim
da penúria, estariam recorrendo a idéias intrinsecamente liberais.
Mas
não. Como agora eles fazem parte da casta privilegiada que vive
incrustada no aparto estatal, preferem apenas proferir palavras
socialmente sensíveis, sem no entanto oferecer qualquer solução prática.
Tal atitude não só é contraditória como também fere todo o suposto
espírito socialista.
E
qual seria esse suposto espírito socialista? Seria uma maneira
conciliar a vida com as idéias defendidas. Dado que o socialismo
supostamente defende a partilha, o altruísmo e a igualdade material,
então os socialistas têm de viver segundo esses princípios.
Mas o que eles fazem?
Os
políticos membros de partidos comunistas e socialistas doam parte do
seu salário para o partido e ficam com o resto. Os pobres não são
contemplados com nada. (Mas pagam, por meio de impostos indiretos, os
salários dessa gente).
Há
manifestações contra "tudo que está aí" e a favor de nada concreto ou
específico, o que significa que, em vez de estimularem a instrução do
povo, preferem distraí-lo e incitá-lo ao conflito.
Todos
os partidos comunistas, socialistas e trabalhistas, bem como seus
membros, possuem um patrimônio imobiliário invejável. No entanto, nunca
se ouviu histórias de mendigos dormindo lá dentro ou sendo ali
acolhidos para usufruírem refeições quentes.
Há
militantes e sindicalistas que jamais puseram os pés em um chão de
fábrica, jamais tiveram de trabalhar pesado e jamais carregaram um
instrumento de trabalho mais pesado que um lápis.
Há
sindicalistas que se mobilizam para manifestações em favor de mais
estado e de mais impostos, totalmente ignorantes em relação às
consequências negativas dessas demandas sobre a empresa privada, que é
quem pode gerar empregos para os pobres e permitir sua ascensão social.
Há militantes que insultam abertamente em vez de promover o debate, a compaixão e a compreensão.
Há
militantes agarrados a idéias arcaicas e comprovadamente falidas em vez
de abraçarem a modernidade e toda a possibilidade de enriquecimento que
esta oferece aos mais pobres.
Há
militantes e sindicalistas que se comportam gananciosamente e
enriquecem na política e no sindicalismo, tudo com o dinheiro oriundo
dos pobres e sem jamais repassar nada a eles em troca.
Conclusão
O
grande desafio hoje é encontrarmos um socialista coerente, que viva de
acordo com aquilo que diz defender. Talvez tal impossibilidade decorra
do fato de que não existem mais socialistas; existem apenas
interesseiros e demagogos. (IMB).
blog ORLANDO TAMBOSI
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