sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Mensagem de delator da Lava-Jato coloca Geddel Vieira em má situação


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Geddel tinha “preocupação exacerbada” com determinada empresa
Deu no Correio Braziliense
 (Agência Estado)
A Polícia Federal (PF) recuperou no telefone celular de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal e aliado do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mensagens trocadas com o empresário Lúcio Funaro, em 2012, que citam Geddel Vieira Lima, ministro do governo Michel Temer. Cleto é um dos delatores da Operação Lava Jato.
LIGAÇÕES PERIGOSAS – À época, Geddel ocupava a vice-presidência de Pessoas Jurídicas da Caixa e, segundo as mensagens, demonstrava “preocupação exacerbada” com um aporte de R$ 30,6 milhões à empresa JMalucelli. A estrutura societária da JMalucelli Energia é composta pela JMalucelli Energia Participações Ltda., com 59,19%, e pelo Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS) com 40,81%. Geddel foi membro do Conselho de Administração da Jmalucelli.
Relatório do Ministério do Trabalho, de 2012, aponta que o FI-FGTS ingressou no quadro societário da J. Malucelli Energia, “visando uma subscrição de 40,81% das ações, que correspondem ao aporte de R$ 330,61 milhões, liberados conforme as chamadas de capital, deliberadas pelos acionistas, para desenvolvimento dos projetos”. Do total, R$ 30,61 milhões foram desembolsados em 2012.
PREOCUPAÇÃO EXACERBADA – “Em princípio, trata-se de uma transação típica de negócio da Caixa, porém, analisando-se os diálogos constantes do Relatório de Análise-RA N° 16/2016, verifica-se que Geddel Vieira, demonstrava uma preocupação exacerbada a esse aporte à J. Malucelli, segundo palavras de Fábio Cleto”, aponta a PF.
“Chamou atenção ainda a comunicação de aporte financeiro de R$ 30,6 milhões que Fabio Cleto recebera da Diretora Executiva de Fundos da Caixa, Sra. Deusdina Pereira, operação de grande interesse, segundo Cleto, do vice-presidente da Caixa, Sr. Geddel Vieira Lima, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República do Governo provisório Michel Temer. O relatório é de 6 de junho de 2016, data em que Michel Temer ainda era presidente em exercício.
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