sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Indevidamente, PT tenta usar a imagem de Vargas, Jango, Brizola e Darcy


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Charge do Chico Caruso, reprodução de O Globo
Marcelo Câmara
O Trabalhismo brasileiro, seus personagens, seus feitos, suas conquistas e os crimes que sofreu, transformou-se no grande acervo para os discurseiros desarticulados do PT e seus aliados. O PT sempre odiou, combateu e ridicularizou Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, a doutrina trabalhista brasileira. Eis alguns assaltos oportunistas:
Vargas, o maior estadista da História do Brasil, que editou a CLT, produto de uma equipe de notáveis de pensamento socialista (Lindolfo Collor e outros), para o PT “sempre foi o ditador sanguinário, que construiu a CLT, documento fascista de dominação e controle dos trabalhadores, diploma ultrapassado, feito em cima da Carta del Lavoro, de Mussolini”.
MAS AGORA… – Nas nas sessões do processo de impeachment, repetiam: “A CLT é sagrada, uma conquista dos trabalhadores, que Getúlio Vargas deu ao povo brasileiro. A CLT é o porto seguro dos trabalhadores. E Temer quer revogar a CLT, um crime etc.”.
Compararam ao cerco que Carlos Lacerda e a Direita fizeram a Getúlio Vargas em 1954 e que o levaram ao suicídio à posição de ré de Dilma Roussef. Chamaram o Palácio do Jaburu, de onde Temer governava, de “a mesma República do Galeão que traiu Getúlio”. Uma esquizofrenia histórica. O Senador Requião, nacionalista, é verdade, mas aliado do PT, leu, na íntegra, da tribuna, a Carta do Testamento de Getúlio Vargas, emocionando o Plenário. Pretendeu encarnar a Carta no PT, identificá-la com o partido de Lula. Impossível. Nenhuma identidade.
IMPOSTO SINDICAL – Para o PT, o Sindicalismo que Getúlio criou sempre foi falso, dirigido pelo ditador. O PT sempre se colocou contra o imposto sindical. Até a posse de Lula em 2003. Nos últimos dias, nada mais democrático, legítimo e representativo que a “herança sindical de Getúlio, que teceu a base do Sindicalismo brasileiro, que, agora, Temer quer destruir…”
Leonel Brizola, o último estadista que este País teve, sempre foi “um demônio” para os petistas, inimigo mortal, mesmo sendo o responsável pela maior transferência de votos já havida na política brasileira a favor de Lula no RJ, quando, em 1989, o “sapo barbudo” não se elegeria vereador entre os fluminenses. Pois bem, durante o processo de impeachment, Brizola foi a referência da Esquerda (que Lula e o PT nunca foram), o grande líder nacionalista, trabalhista, socialista, democrata.
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Arte do Kacio Pacheco (kacio.art.br)
DARCY E OS CIEPS – Darcy Ribeiro construiu os CIEPS. Para o PT “depósitos de crianças, prédios caríssimos, programa sem pedagogia, demagogia brizolista”. No início dos anos 1990, o PT elaborou e distribuiu panfletos contra Brizola, Darcy e os CIEPS, nos corredores do Congresso Nacional, durante a discussão de um projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de interesse da Direita conservadora, que se confrontava com uma proposição do próprio Darcy.
Nas sessões do impeachment, Darcy foi citado e recitado todos os dias. Até Dilma, nos funerais do dia 31, no Alvorada, mutilou um pensamento de Darcy. Pior: leu a reprodução do seu ghost writer de versos de Maiakovski. Certamente, Dilma pensou que fosse um slogan de uma vodca russa.
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