Ibama emitiu parecer que autoriza a diminuição do nível atual com controles rigorosos
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Da Redação
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A redução foi autorizada em reunião no Ibama
A vazão do rio São
Francisco a partir do reservatório de Sobradinho (BA) será reduzida
ainda mais. Após vários pedidos apresentados pelo setor elétrico, o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) emitiu parecer que autoriza a diminuição do nível atual, de 800
metros cúbicos por segundo (m³/s), para 700 m³/s, com controles
rigorosos.
O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira
(26.09) pela diretora de Licenciamento do Ibama, Rose Hofmann, durante
reunião de monitoramento dos efeitos da vazão reduzida, promovida pela
Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF).
A medida começará a ser aplicada a partir do dia 10
de outubro. Também ficou definido que a vazão no reservatório de Três
Marias (MG) passará para 480m³/s, a partir de outubro, e para 280m³/s,
em novembro.
Diante das exigências do Ibama para aplicação de
controles rigorosos dos efeitos da vazão, o superintendente da Companhia
Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin, explicou
que deverá ser aplicada a redução gradual, para 750 m³/s, a partir de
10 de outubro, e para 700 m3/s, uma semana depois, caso não haja grandes
alterações na bacia.
O secretário de Recursos Hídricos de Pernambuco,
Almir Cirilo, manifestou-se contrário à medida. Considerando o nível do
reservatório de Itaparica, o secretário aponta prejuízos para o
abastecimento humano.
“Não vemos nenhuma vantagem operacional e irá
provocar insegurança para a captação de água em vários municípios do
Sertão pernambucano”, opinou.
Ainda conforme Cirilo, a redução da vazão vai
provocar o rebaixamento do reservatório de Itaparica em 1,25 metro,
visto que o sistema é interligado.
Apesar da medida, a diretora do Ibama, Rose Hofmann,
alertou que não fica descartada a utilização do volume morto em
Sobradinho para geração de energia.
Segundo ela, tudo irá depender dos impactos
provocados pela medida.Os técnicos da Companhia de Abastecimento de
Sergipe (Deso) relataram dificuldade para abastecimento em comunidades
quilombolas do Estado.
O presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo,
argumentou que quando se tratar de comunidades pequenas, como a relatada
pela equipe da Deso, a Defesa Civil disponibilizará meios alternativos
de abastecimento, a exemplo do caminhão-pipa.
Andreu também sugeriu reuniões semanais para avaliar
os impactos da vazão reduzida, sempre realizadas na sede da agência
federal, em Brasília, e transmitidas por videoconferência.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio
São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou do encontro através
de videoconferência, no escritório do colegiado em Maceió.
Além dele, o membro do colegiado Wagner Soares Costa,
e o diretor técnico da agência delegatária do Comitê, a AGB Peixe Vivo,
Alberto Simon, acompanharam o encontro de forma presencial, na ANA.
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