sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Folha denuncia que Eliseu Padilha quer proteger empreiteiros e políticos corruptos


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Padilha quer demitir Medina Osório para favorecer os corruptos
Bela Megale e Thais Arbex
Folha
O ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha quer a demissão do chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Fábio Medina Osório, que ocupa o cargo desde que o presidente Michel Temer assumiu a interinidade da Presidência da República, em maio. Segundo relatos de integrantes de cúpula do governo, Padilha não concordaria com a tese de acesso da AGU aos inquéritos de políticos envolvidos na Lava Jato e também não gostou das ações da pasta contra as empreiteiras investigadas na operação.
A Folha apurou que a situação de Medina Osório se tornou insustentável depois que ele demitiu um de seus adjuntos Luís Carlos Martins Alves Júnior. O pedido da demissão do chefe da AGU ainda está, no entanto, sob a avaliação da Casa Civil.
Martins Alves, assim como Padilha, defende que a AGU tem que se manter distante dos inquéritos de políticos na operação e focar apenas na defesa do patrimônio público. Já Medina Osório acredita que a medida é importante para embasar futuras ações de ressarcimento e improbidade administrativa.
DESENTENDIMENTO – Outro fato que intensificou a crise teria sido o desentendimento de Medina Osório com a secretaria-geral da área de contencioso da pasta, Grace Mendonça, uma possível candidata ao cargo que ele ocupa.
A demissão do ministro da AGU chegou a ser defendida nesta quinta (8) para o presidente Michel Temer, que ainda não tomou a decisão. Na quarta (7), em entrevista à Folha, o chefe da AGU afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff é uma “solução irreversível” e não deve ser revista pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A situação de Fábio Medina Osório no governo é considerada “instável” desde a sua nomeação. No começo de junho, sua demissão chegou a ser cogitada pelo Palácio do Planalto. Na época interino, Temer manifestou, em conversas reservadas, insatisfação e irritação com as decisões e o comportamento do ministro.
Procurado, Medina Osório não atendeu as ligações.
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