quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Com habilidade, PT transformou o Grito dos Excluídos em protesto contra Temer


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Em Belo Horizonte, o ato público reuniu cerca de 10 mil pessoas
Deu na Agência Brasil
No feriado de Independência do Brasil, manifestantes saíram às ruas para protestas contra o governo do presidente Michel Temer em pelo menos 24 Estados e no Distrito Federal. Em atos conjuntos ao tradicional Grito dos Excluídos, milhares de pessoas pediram a realização imediata de novas eleições. Em Belo Horizonte, a organização estima que 10 mil pessoas saíram às ruas. Além da capital, houve protesto em Juiz de Fora, Montes Claros, Uberlândia e São João del-Rei.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação nacional iniciada na década de 1990. Neste ano, o lema escolhido dialoga com a situação política do país e o impeachment da presidente Dilma Roussefff: “Esse sistema é insuportável: exclui, degrada, mata”. O tema baseia-se em discurso do Papa Francisco na Bolívia.
RECIFE – Em Pernambuco, o Grito dos Excluídos é organizado pelo Fórum Dom Hélder Câmara, que reúne movimentos sociais e pastorais católicas. São cerca de 25 entidades. Sandra Gomes, representante do Fórum, explica porque, neste ano, o movimento decidiu se posicionar contra o presidente Michel Temer.
“Nós consideramos que não há impeachment, há golpe. E vamos combatê-lo nas ruas. É um governo que só espera um momento para acabar com a classe trabalhadora. Não vemos perspectiva de melhora com o governo Temer. Ao contrário, vamos perder direitos sociais”, argumenta Sandra.
SÃO PAULO – Em São Paulo, uma manifestação contra o presidente Michel Temer concentrou-se na Praça Oswaldo Cruz, percorreu parte da Avenida Paulista e seguiu em direção ao Ibirapuera, onde o ato foi encerrado às 12h45. Segundo os organizadores, 15 mil pessoas participam do ato. A Polícia Militar não divulgou o número de participantes. O prefeito Fernando Haddad participou do ato na capital paulista.
De acordo com o responsável pelo Grito dos Excluídos em São Paulo, o coordenador da pastoral, Paulo Pedrini, dentro do tema nacional foram desenvolvidos alguns assuntos secundários, mas que se incluem no eixo do ato e que expressam a realidade de São Paulo. “Por exemplo, a situação dos moradores de rua, do transporte público, saúde pública e ausência de moradia. Além disso, queremos destacar a situação dos refugiados, que muitas vezes morrem fugindo da guerra”.
PORTO ALEGRE – A marcha do Grito dos Excluídos na capital gaúcha partiu da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que desde segunda-feira (5) está ocupada por camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Por volta das 9h30 da manhã, os militantes saíram em caminhada pela Avenida Loureiro da Silva.
A maioria dos participantes era composta por integrantes do MST. A marcha foi composta, também, por membros da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e por movimentos negros, feministas e de pessoas LGBT. Representantes dos bancários, que estão em greve nacional, também acompanharam a caminhada.
Durante o percurso, os militantes carregaram cartazes e entoavam gritos de ordem que pediam a saída do presidente Michel Temer. “A pauta da marcha deste ano está dialogando com a conjuntura que está aí. Já estamos prevendo as medidas desse novo governo, que certamente vai enfrentar a classe trabalhadora, seja pela [reforma da] Previdência, seja pela redução de direitos, seja pelo impedimento de grandes programas que dialogam com as nossas necessidades”, disse Cedenir de Oliveira, representante da direção nacional do MST.
RIO DE JANEIRO – O Grito dos Excluídos, no Rio de Janeiro, ganhou novos lemas e bandeiras neste 7 de Setembro, com a adesão de grupos contra o impeachment. O ato ocupou cerca de um quilômetro de uma das pistas da Avenida Presidente Vargas. A marcha percorreu cerca de dois quilômetros até a Praça Mauá. Policiais militares acompanharam todo o trajeto.
Manifestantes levaram bandeiras e cartazes com frases como “Fora, Temer! e “Não ao Golpe”. Grupos pediam novas eleições, outros a revolução e o voto nulo. O professor de geografia Thiago Roniere, integrante da Federação Anarquista do Rio de Janeiro, defendeu que o Congresso e o processo eleitoral atuais perpetuam desigualdades.
“Estamos aqui não apenas para reivindicar a derrubada do Temer, como também propor uma organização social que não espere repostas pelo canal eleitoral. Os movimentos de base, comunitários, a juventude e os trabalhadores, que estão sofrendo, precisam se organizar para além do processo político e do calendário eleitoral e tomar consciência que são precarizados há muito tempo”, disse.
SALVADOR – Concentrados na Praça Dois de Julho, no Campo Grande, os participantes incluíram mais duas demandas ao movimento pelos direitos das minorias: a saída de Michel Temer da Presidência da República e a realização de eleições gerais.
Um dos coordenadores do movimento, padre José Carlos Silva, coordenador das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Salvador, disse que a pauta do evento anual permanece pelos pobres e menos favorecidos, mas este ano é também pela democracia.
“A gente tem que lutar pelos mais pobres e se, neste momento, os pobres ficam cada vez mais excluídos, a Igreja tem que estar do lado deles, e apoiando. É por isso que hoje, no Grito dos Excluídos, a gente diz também “Fora, Temer”, afirmou o líder religioso.

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